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Os Hermanos

Um momento off-Copa: O dia em que o irreverente Borges desafiou a ditadura e o futebol

Por arielpalacios
Atualização:
 

De Jorge Luis Borges: "Deixem de baboseiras. A pátria não é o futebol. A pátria é o tango e o 'dulce de leche'(doce de leite)".

O irônico escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), autor de "O Aleph" e "Ficções", protagonizou uma peculiar rebeldia cultural em 1978, quando a Copa do Mundo estava sendo disputada em seu país. 

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Milhares de pessoas estavam sendo torturadas nos centros clandestinos de detenção. No entanto, a população estava em frenesi pelo evento esportivo do qual o país comandado pelo general Videla era anfitrião.

Integrantes das Mães e Avós da Praça relataram posteriormente como elas choravam baixinho na cozinha pelo desaparecimento de seus filhos e netos enquanto seus maridos gritavam em êxtase os gols na sala de estar na frente do televisor.

Borges - sem interesse algum pelo futebol - decidiu pronunciar uma conferência em Buenos Aires no mesmo minuto em que a seleção argentina iniciava seu primeiro jogo (contra a seleção da Hungria).

A palestra do irreverente Borges foi encarada por diversos setores como um desafio ao "patriotismo" e à própria ditadura (que Borges ingenuamente havia elogiado em seus primeiros meses de regime, tal como o escritor Ernesto Sábato, mas a qual começou a criticar duramente pouco depois, respaldando as famílias dos desaparecidos).

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Grupos de fanáticos nacionalistas tentaram impedir a realização da palestra literária.

Borges, aos 79 anos de idade, não se intimidou.

O assunto da conferência borgiana em 1978: "A Imortalidade".

 
O texto dessa conferência proferida no dia 5 de junho de 1978, aqui. 

E, recordando que esta jornada é o Dia dos Namorados, vamos com Frank Sinatra, "Too marvelous for words":

//www.youtube.com/embed/8TtMHUJeiSc

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Em 2009 "Os Hermanos" recebeu o prêmio de melhor blog do Estadão (prêmio compartilhado com o blogueiro Gustavo Chacra). Em 2013 publicou "Os Argentinos", pela Editora Contexto, uma espécie de "manual" sobre a Argentina. Em 2014, em parceria com Guga Chacra, escreveu "Os Hermanos e Nós", livro sobre o futebol argentino e os mitos da "rivalidade" Brasil-Argentina.

 
 

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