PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Blog dedicado aos assuntos chineses e ao tabuleiro militar, econômico e social da região

Coreia do Norte se aproxima do xeque-mate

Informação de que país obteve uma ogiva nuclear miniaturizada limita drasticamente as opções para lidar com Kim Jong-un

Por Felipe Corazza
Atualização:

As informações publicadas há pouco pelo Washington Post sobre a Coreia do Norte, caso confirmadas, terão um impacto fortíssimo nas pretensões dos países e líderes que tentam conter o regime de Kim Jong-un. O jornal americano afirma que o setor de inteligência americano confirmou a capacidade norte-coreana de miniaturizar uma ogiva nuclear - ou seja, é capaz de produzir ogivas adequadas para serem levadas por um míssil intercontinental (ICBM).

Líder norte-coreanoKim Jong-untem acirrado as tensões na região com seus testes militares Foto: AFP PHOTO / ED JONES

PUBLICIDADE

Somada ao teste de míssil realizado no dia 4 de julho pelo "reino ermitão", a miniaturização de ogivas é o último passo na caminhada que "blindará" o país. Pyongyang afirma que o Hwasong-14, lançado no início do mês passado, é um ICBM. Carregado com uma ogiva nuclear, poderá atingir, segundo cálculos de analistas, cidades no território americano como Seattle.

O conjunto obtido por Kim reduz drasticamente qualquer possibilidade do uso da força para dissuadir a Coreia do Norte a abandonar as armas nucleares. O risco de uma retaliação imediata e nuclear contra cidades americanas pesará, e muito, nas decisões tomadas em Washington. A revelação do Post reduz as opções de Donald Trump para lidar com os norte-coreanos e dá força às ideias do atual presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que defende o diálogo com Pyongyang - não é garantido, no entanto, que Moon mantenha sua posição após os avanços recentes do regime inimigo.

O último passo é tornar o Hwasong-14 operacional e carregá-lo com as ogivas, mas esse processo pode ser rápido. Kim Jong-un colocou seus rivais em xeque. Ainda não é um xeque-mate, mas está bem próximo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.