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Mundo em Desalinho

A divisão da Coreia

Unificada durante 1.300 anos, até ser dividida por Estados Unidos e a ex-União das Repúblicas Soviéticas no fim da 2ª Guerra Mundial, a península coreana é uma relíquia dos tempos da Guerra Fria, cortada ao meio pela mais militarizada fronteira do planeta.

Por claudiatrevisan
Atualização:

Os dois lados se enfrentaram em uma guerra devastadora entre 1950 e 1953, que deixou cerca de 3 milhões de pessoas mortas, feridas ou desaparecidas, número que correspondia a 10% da população da península na época. Desde então, vivem em estado de alerta permanente, que em várias ocasiões esteve prestes a se transformar em um novo conflito armado.

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Os coreanos não tiveram participação nos debates que levaram à divisão do seu país, decidida pelas potências vencedoras da 2ª Guerra. Os soviéticos estabeleceram sua zona de influência ao norte do paralelo 38 _que até hoje separa a Coreia_, enquanto os norte-americanos ficaram no sul.

Nas quatro décadas anteriores, a península havia sido invadida e colonizada de maneira brutal pelo Japão, com a conivência de países ocidentais que colonizavam outras regiões da Ásia, incluindo os Estados Unidos.

Com a derrota do Japão na 2ª Guerra Mundial, os vencedores se reuniram para decidir o que fazer com suas possessões coloniais, entre as quais estava a Coreia. A ideia original era que as zonas de influência soviética e norte-americana fossem temporárias, mas isso se tornou impossível com o agravamento da Guerra Fria.

Nos anos seguintes, o que era um país unificado se dividiu em duas parte totalmente díspares. Atualmente, as diferenças entre ambas constituem uma barreira muito mais poderosa que a fronteira militarizada.

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Isolado, o norte vive uma situação econômica cada vez mais precária, com um terço da população subnutrida, segundo Daniel Pinkston, especialista em Coreia do Norte do International Crisis Group. "O país vive uma crise humanitária", disse Pinkston ao Estadão.

A situação do país comandado por Kim Jong-il deve se agravar ainda mais com as sanções que deverão ser imposta em retaliação ao ataque que afundou o navio de guerra sul-coreano Choenan, no dia 26 de março, deixando 46 marinheiros mortos.

A Coreia do Sul sustenta que o torpedo que atingiu a embarcação partiu de um navio norte-coreano, o que é negado por Pyongyang. Na semana passada, Seul anunciou a suspensão de quase todo o comércio com o norte e a suspensão de ajuda humanitária, com exceção da destinada a crianças.

Enquanto no Norte internet e celulares são privilégio de poucos, o Sul vive em uma sociedade hiperconectada, com jovens ávidos pelos últimos lançamentos tecnológicos.  Com um PIB per capita de US$ 19 mil, a Coreia do Sul caminha para entrar no clube dos países mais ricos do mundo.

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