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A quatro dias da eleição, Obama e Trump investem na Flórida

Presidente e candidato republicano trocam farpas durante campanha no Estado, considerado crucial para definir a disputa à Casa Branca

Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia TrevisanENVIADA ESPECIAL /JACKSONVILLE, EUA

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A rivalidade entre o atual ocupante da Casa Branca e o homem que quer suceder-lhe foi levada nos últimos dois dias à Flórida, onde Barack Obama e Donald Trump cruzaram caminhos e trocaram acusações na reta final para a eleição de terça-feira. O esforço revela a importância do mais crucial Estado para definição da disputa presidencial dos EUA.

"Nós estamos à beira de uma mudança histórica", disse o bilionário a um público de 4 mil pessoas reunido em Jacksonville, no nordeste do Estado. Além de atacar a adversária, Hillary Clinton, Trump prometeu revogar decretos do atual presidente e acabar com o Obamacare. A chance de Trump chegar à Casa Branca sem ganhar na Flórida é bastante remota. Em tese, Hillary teria a possibilidade de vencer a disputa sem o Estado, em razão de sua liderança em outras regiões.

Obama discursa em ato de campanha de Hillary na Flórida (AFP PHOTO / NICHOLAS KAMM) Foto: Estadão

No entanto, a redução de sua vantagem em pesquisas nacionais e estaduais levaram sua campanha a centrar esforços no campo de batalha que tem o maior número de votos no Colégio Eleitoral entre os "swing states" (Estados que se alternam entre democratas e republicanos e acabam decidindo a eleição).

Mobilização. A missão de Obama foi mobilizar jovens e negros para que votem e marquem o nome de Hillary. Quanto maior o grau de participação do eleitorado, mais elevadas são as chances de vitória do Partido Democrata.

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"Vocês têm essa oportunidade de mudar a história", disse o presidente a 7,3 mil pessoas reunidas na Universidade do Norte da Flórida. "Não precisamos voltar atrás. Nós podemos avançar. Podemos eleger a primeira mulher presidente da história."

Estudante de música, Hanna Shute, de 18 anos, saiu do evento decidida a votar na democrata. "Sua visão para o país é aberta e diversa", afirmou. Shelby Condron, de 21 anos, já havia votado na candidata no período de eleições antecipadas na Flórida. "Obama fez com que os jovens se interessassem mais por política."

A Flórida também é um dos Estados em que a disputa é mais acirrada. No ano 2000, George W. Bush venceu a presidência dos Estados Unidos após obter uma diferença de apenas 534 votos na Flórida, batendo o democrata Al Gore na mais polêmica eleição da história americana recente. Obama levou o Estado em 2012 por uma vantagem de apenas 0,8 ponto porcentual sobre o republicano Mitt Romney.

Na quarta-feira, os aviões de Obama e Trump estavam estacionados no aeroporto de Miami e ambos fizeram campanha na cidade, na qual os latinos representam parte significativa da população.

"Olhando para o Air Force One", postou Trump no Twitter. "Por que ele está fazendo campanha em vez de criar empregos e resolver os problemas do Obamacare? Volte a trabalhar pelo povo americano!", escreveu.

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Esforços. Ontem, Obama deixou clara uma das razões pelas quais está na estrada. "Todo o progresso que tivemos nos últimos oito anos será atirado pela janela se não ganharmos essa eleição".

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A Flórida também é crucial para a tentativa dos democratas de retomar o controle do Senado, por onde passam as indicações dos juízes da Suprema Corte. O candidato do partido, Patrick Murphy, está apenas um ponto atrás do republicano Marco Rubio, segundo pesquisa da CNN divulgada nesta semana.

Adversário de Trump nas primárias republicanas, Rubio declarou apoio ao bilionário, mas é criticado por suas posições ambíguas em relação ao candidato presidencial de seu partido.

As pesquisas presidenciais mostram virtual empate entre Hillary e Trump na Flórida. Na média dos levantamentos recentes calculada pelo site RealClearPolitics, Trump tem 46,1% e Hillary, 45,8%. Se o bilionário ganhar terreno em outros Estados, a Flórida definirá a disputa, como ocorreu em 2000.

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