Alta popularidade de Obama contrasta com rejeição de candidatos

Presidente em fim de mandato tem um dos maiores índices de aprovação e empresta capital político a Hillary

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Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON- Um dos grandes paradoxos destas eleições envolve o presidente Barack Obama. Em um momento marcado pela raiva em Washington, o cinismo dos eleitores e dois candidatos historicamente impopulares, a aprovação do presidente está em um de seus mais altos índices desde que assumiu, em janeiro de 2009 - 56%, segundo pesquisa do Instituto Gallup.

Pela primeira vez em décadas, desde Ronald Reagan, um presidente 'pato-manco' - como chamam o líder em fim de mandato sem muita margem de governabilidade - usa seu alto capital político em uma campanha eleitoral.

Obama faz campanha em Durham, New Hampshire. Foto: Nicholas Kamm/AFP

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A percepção positiva, porém, vai além do próprio presidente. A primeira-dama, Michelle Obama, talvez seja a principal e mais efetiva arma eleitoral da candidata Hillary Clinton, participando de comícios e aparecendo ao lado dela em eventos, como no mês passado na Carolina do Norte.

Em alguns Estados-chave, como Flórida e Pensilvânia, a popularidade do vice-presidente, Joe Biden, ultrapassa até mesmo a do presidente. Cerca de dois terços dos eleitores na Pensilvânia, por exemplo, têm a uma visão favorável do vice-presidente e da primeira-dama, de acordo com pesquisa recente da Bloomberg Politics.

Alguns fatores trabalharam a favor dessa vantagem do presidente. Uma respeitável e crescente taxa de criação de empregos e a redução do desemprego ajudaram a melhorar o humor dos americanos. Contribuiu também o fato de a Casa Branca não ter se envolvido em nenhum escândalo significativo.

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No entanto, a principal razão que explica a popularidade presidencial depois de tanto tempo talvez esteja na própria eleição. "Eu sei que muitos de vocês estão céticos com relação à política", disse Obama, em comício em Miami, na semana passada. "Há muita coisa nesta eleição que dá razão para isso."

Eleições presidenciais são, com frequência, ao menos em parte, um referendo sobre o presidente no cargo. Mas, por meses, Hillary e Donald Trump têm trocado acusações em uma espécie de concurso de caráter entre representantes de dois lados altamente polarizados.

Nem mesmo as duras críticas dos republicanos contra a reforma da saúde de Obama, conhecida como Obamacare, têm sido efetivas para abalar a popularidade do líder. Obama tem sido o terceiro ou o quarto alvo dos ataques de Trump, ficando atrás de Hillary, do establishment republicano e da mídia. Seus comentários se limitam a criticar o presidente por fazer campanha para Hillary em vez de governar. Ao longo de oito anos, Obama foi de um recém-chegado à política nacional, em 2008, para um político mais prático e confiante. / WASHINGTON POST

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