Patrick Healy / NYT
Após três semanas de negociações reservadas, o senador Bernie Sanders, de Vermont, deve dar seu apoio a Hillary Clinton na terça-feira. Com ele, Sanders espera também dar espaço a suas prioridades políticas na plataforma do partido, que será aprovada na Convenção Nacional Democrata, a partir do dia 25, na Filadélfia.
Três fontes democratas, que pediram anonimato, disseram que o apoio resulta, em parte, de conversas diárias entre o gerente de campanha de Hillary, Robby Mook, e o de Sanders, Jeff Weaver, sobre unir os dois rivais e dar espaço a prioridades políticas de Sanders.
Um possível obstáculo à união partidária - uma divergência entre aliados de Sanders e de Hillary sobre a votação no Congresso do acordo comercial da Parceria Transpacífica - não é visto como fator impeditivo, dizem os democratas. Sanders quer a inclusão de uma cláusula na plataforma política do partido obrigando a votar contra o acordo, apesar de a matéria ser alta prioridade do governo Barack Obama.
Sanders tem sido um firme opositor ao acordo de comércio e Hillary, que uma vez chamou o pacto de "o padrão ouro dos acordos comerciais", também acabou ficando contra ele. Mas seus aliados na comissão de redação da plataforma, alinhados com funcionários do governo, bloquearam uma tentativa dos aliados de Sanders de inserir essa cláusula.
Também se espera que o endosso de Sanders garanta a ele a possibilidade de falar na convenção democrata do fim do mês, disseram os três democratas. Eles acrescentaram que ainda não está claro quando Sanders falaria, ou se a convenção incluiria voto por chamada nominal.
Hillary já começou a se aproximar de Sanders em outros pontos. Na quarta-feira, ela propôs eliminar a cobrança do ensino em faculdades e universidades estatais para famílias com renda anual até US$ 125 mil. Sanders, que apoia o ensino gratuito em todas as faculdades públicas, gostou da ideia.
Os democratas também disseram que a campanha de Sanders estava ansiosa para ver Hillary dar outro passo em direção ao senador na área da saúde, talvez assumindo um novo compromisso para pressionar o Congresso a acrescentar uma "opção pública" ao Obamacare. Hillary há muito apoia a opção pública, mas também criticou Sanders durante a disputa por ele querer reabrir o debate no Congresso sobre o controle governista na área da saúde e substituir o Obamacare pelo seguro-saúde pago pelo Estado. /TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ
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