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Democratas reuniram mais artistas que republicanos

Astros, que se identificam mais com as posições progressistas, foram atração na convenção da Filadélfia

Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia Trevisan ENVIADA ESPECIAL / FILADÉLFIA, EUA

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Meryl Streep, Sigourney Weaver, Eva Longoria, Paul Simon, Alicia Keys, Lenny Kravitz e Elizabeth Banks. Essa pequena fração da constelação de celebridades que se apresentaram na convenção democrata para apoiar Hillary Clinton supera o total das que apareceram no encontro republicano para promover Donald Trump na semana passada.

O bilionário que se tornou uma celebridade com reality show O Aprendiz teve dificuldades em atrair rostos familiares ao grande público para o encontro que formalizou sua candidatura à presidência dos EUA. Os poucos que se dispuseram a aparecer em Cleveland eram famosos de segunda linha. Os destaques foram Scott Baio, que foi popular nos anos 80 com o seriado Happy Days, o modelo Antonio Sabato Jr., célebre por posar com cuecas Calvin Klein, e um casal que se conheceu no reality show da MTV The Real World (o representante masculino da dupla se tornou deputado republicano).

Meryl Streep discursa na convenção democrata, na Filadélfia Foto: AFP/ SAUL LOEB

Artistas tendem a se identificar mais com as posições liberais e progressistas do Partido Democrata, mas o contraste deste ano com o déficit de celebridades da convenção republicana foi sem precedentes -o encontro anterior do partido de Trump teve a participação de Clinton Eastwood, que "conversou" com uma cadeira vazia que simbolizava o ausente presidente Barack Obama.

Além dos representantes de Hollywood, quase 50 atores da Broadway subiram ao palco da convenção na Filadélfia na quarta-feira para cantar a música What the World Needs Now Is Love (O que o mundo precisa é de amor). A canção foi apresentada logo depois de familiares de vítimas de tiroteios em massa terem subido ao palco para pedir medidas de controle da venda de armas no país e de Sigourney Weaver ter alertado para a ameaça do aquecimento global.

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Assim que a atriz de Allien terminou de falar, os telões da arena da Filadélfia mostraram um filme sobre mudança climática dirigido por James Cameron, que tem em seu currículo Titanic e Avatar, duas das maiores bilheterias da história do cinema.

No dia anterior, a plateia e milhões de pessoas sentadas diante de suas TVs viram o vídeo Fight Song, no qual dezenas de celebridades se revezaram para cantar a música, que foi dedicada a Hillary. Entre ela, Jane Fonda, a veterana atriz vencedora de dois Oscars. Na noite de ontem, o discurso da candidata seria precedido do vídeo "Hillary" realizado por Shonda Rhimes e Betsy Beers, a dupla de produtoras responsáveis por algumas das mais populares séries de TV americanas, entre as quais Grey's Anatomy e Scandal.

As celebridades que discursaram durante o evento defenderam causas tradicionais do Partido Democrata, pediram votos para sua candidata e atacaram Donald Trump. A atriz Eva Longoria, do seriado Desperate House Wives, fez uma das críticas mais contundentes à retórica do republicano contra imigrantes -o candidato defende a deportação de 11 milhões de pessoas que vivem sem documentos nos EUA e a construção de um muro na fronteira com o México.

"Eu sou de uma pequena cidade do sul do Texas e, se você conhece nossa história, o Texas era parte do México", disse a atriz, que tem ancestrais mexicanos. "Eu sou a nona geração americana. Minha família nunca cruzou a fronteira. Foi a fronteira que passou por nós", ressaltou. "Quando Donald Trump nos chama de criminosos e estupradores, ele está insultando famílias americanas. Meu pai não é um criminoso ou estuprador, na verdade ele é um veterano de guerra."

Em entrevista ao Washington Post em abril, o candidato republicano disse que gostaria de colocar "algum showbiz" na convenção republicana. "Do contrário, as pessoas vão dormir."

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Trump também planejava uma "Noite dos Vencedores", para a qual pretendia atrair esportistas campeões, mas a ideia foi descartada. Entre os poucos esportistas que se dispuseram a participar da convenção estavam o presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC), Dana White, e a jogadora de golfe Natalie Gulbis.

A campanha de Trump chegou a divulgar que a estrela de futebol americano Tim Tebow falaria no evento, mas o esportista desmentiu a informação. O desejo do bilionário de ter a tenista Serene Williams e o jogador de futebol americano Tom Brady -marido de Gisele Bundchen- também não foi realizado.

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