WASHINGTON - Poucas horas depois de adotar uma posição moderada diante do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, o candidato republicano, Donald Trump, fez na noite desta quarta-feira, 31, um discurso duro em que prometeu deportar imigrantes ilegais, construir um muro na fronteira com o México e obrigar os mexicanos a pagar por ele.
Desde o início, a imigração tem sido uma questão determinante para a campanha do republicano, que até então parecia tentar mudar o tom. Após dizer, em meio às primárias, que ele pretendia "forçar a deportação" de todos os 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA, Trump sugeriu na semana passada que poderia suavizar essa posição.
A impressão de que o republicano estava moderando seu discurso havia aumentado após seu encontro de quarta-feira à tarde com Peña Nieto. À noite, porém, em Phoenix, no Arizona, Trump voltou a ser o mesmo das primárias republicanas.
"Vamos triplicar o número de deportações", disse ontem o magnata. Em seu discurso, Trump foi novamente agressivo com os imigrantes ilegais, retratando os clandestinos como uma "ameaça" para os americanos.
Antes de delinear seu plano de dez pontos, Trump voltou a recitar o mantra que caracterizou sua campanha. "Vamos construir um grande muro na nossa fronteira", afirmou o republicano. "E o México vai pagar por ele, acreditem. Eles não sabem ainda disso, mas vão pagar pelo muro."
Mais cedo, Trump havia negador ter discutido o assunto com Peña Nieto, mas o presidente mexicano, horas depois, contradisse o magnata. Pelo Twitter, ele garantiu que deixou claro, durante a reunião, que o México não pagaria um centavo pelo muro. Muitos analistas, incluindo mexicanos, criticaram Peña Nieto por ter esperado Trump deixar o país e não ter confrontado o candidato republicano durante a coletiva na Cidade do México.