Embaixada brasileira é alvo de mensagens racistas

Eleitores de Trump postam no Twitter insultos ao País motivados por acusação a nadador americano

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Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia Trevisan, CORRESPONDENTE / WASHINGTON

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No auge da controvérsia causada pelo nadador americano Ryan Lochte, a Embaixada do Brasil nos EUA recebeu mensagens ofensivas de caráter racista, algumas das quais de eleitores declarados de Donald Trump. "Agora vocês animais sujos estão detendo atletas", dizia um post publicado na conta da embaixada no Twitter pelo usuário @mjgdogs. "Trump deteria vocês animais sujos."

Em um e-mail com palavrões, outro homem disse que o Brasil era cloaca malcheirosa que realizava a pior Olimpíada da história. "Quando Trump for presidente, vocês estarão ferrados", afirmou.

Protesto em Nova York contra declarações racistas de Trump (AP Photo/Bebeto Matthews) 

A maioria dos eleitores do republicano não distribui ofensas racistas de maneira indiscriminada, mas a retórica usada pelo candidato desperta reações violentas em muitos deles. Vídeo divulgado pelo New York Times com cenas de vários comícios de Trump mostra o uso de expressões racistas, sexistas, homofóbicas e xenófobas. Os alvos preferenciais são muçulmanos e latinos - além de Hillary Clinton.

A internet é a principal arena das agressões verbais dos seguidores do candidato e de grupos de extrema direita que até pouco tempo eram mantidos na periferia da sociedade americana. Uma das vítimas de ataques recentes é a atriz negra Leslie Jones, que atuou na versão feminina do filme Ghostbusters. No Twitter, ela recebeu uma bateria de comentários racistas e sexistas, que a levaram a encerrar sua conta. A onda de hostilidade contra Jones foi inflamada por Milo Yiannopoulos, colunista do site de extrema direita Breitbart, que até poucos dias era comandado pelo atual CEO da campanha de Trump, Stephen Bannon. Após os ataques à atriz, o Twitter tomou a decisão drástica de encerrar a conta de Yiannopoulos.

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Em artigo publicado em maio, o jornalista do New York Times Jonathan Weisman descreveu a onda de comentários antissemitas que recebeu depois de publicar no Twitter o link para um ensaio sobre a emergência do fascismo nos EUA. A maioria dos ataques era de seguidores de Trump.

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