NOVA YORK - O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani emerge como candidato ao cargo de secretário de Estado no governo Donald Trump, segundo uma conselheira ligada ao presidente eleito dos Estados Unidos. A pouco mais de dois meses de sua posse, Trump deve se reunir na tarde desta quarta-feira, 16, em Nova York com seu futuro vice, Mike Pence, para discutir a composição do próximo governo americano.
"O nome de Giuliani foi citado seriamente para o cargo de secretário de Estado, função para o qual está qualificado e um trabalho que faria realmente bem", declarou ao canal Fox News a diretora de campanha de Trump, Kellyanne Conway, envolvida no processo de formação da nova equipe de governo.
Integrante do grupo mais próximo do magnata republicano, Giuliani já havia sido citado como possível candidato a chefiar o Departamento de Justiça, embora o ex-prefeito tenha afirmado na terça-feira que não ocupará este cargo.
Giuliani, de 72 anos, comandou Nova York de 1994 a 2001, deixando a prefeitura pouco depois dos atentados do 11 de Setembro. Antes, como procurador antimáfia, conseguiu reduzir o índice de criminalidade na cidade. O ex-embaixador nas Nações Unidas John Bolton também está cotado para o cargo.
"John seria uma boa escolha", disse Giuliani em um fórum organizado pelo "The Wall Street Journal". Mas quando perguntado se haveria alguém melhor para comandar o Departamento de Estado, respondeu: "Talvez eu, não sei."
Nomes cotados. Bolton não citou suas chances durante uma entrevista concedida nesta quarta ao canal Fox News, mas parecia estar participando de um teste para o cargo, ao destacar as relações entre Washington e Moscou, um dia após um telefonema de Trump ao presidente russo, Vladimir Putin.
"Acho que uma das razões pelas quais Putin é muito informal quanto a ampliar a influência da Rússia, tirando vantagem sobre os Estados Unidos no Leste Europeu e Oriente Médio, é que ele considera, bastante corretamente, Barack Obama um líder extremamente fraco", sugeriu.
"Acredito que Trump será o contrário", assinalou Bolton, que, como representante dos Estados Unidos na ONU entre 2005 e 2006, disse que se a sede da organização perdesse 10 andares "não faria diferença".
Outro nome cotado para ocupar postos no novo governo americano é o do senador pelo Alabama Jeff Sessions, que apoiou Trump desde o começo. Ele poderia se tornar procurador-geral, secretário de Defesa ou chefe do Departamento de Segurança Interna. Sessions é um firme defensor das restrições à imigração.
O presidente eleito parece dividido entre a promessa de campanha de sacudir o "establishment" de Washington e a necessidade de se apoiar em uma equipe de profissionais com bons contatos no Congresso. / AFP