Negociações sobre livre-comércio estão ‘enterradas’ com a vitória de Donald Trump, admitem diplomatas de alguns dos países da União Europeia
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Por Redação Internacional
Atualização:
Jamil ChadeCorrespondente / Genebra
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Horas após a confirmação da vitória de Donald Trump na eleição americana, em uma sala da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, embaixadores de algumas das maiores potências do mundo ouviam dos diplomatas americanos uma constatação: ninguém saberia dizer qual seria o futuro dos acordos comerciais e das iniciativas dos EUA com a União Europeia.
Um dia depois, nesta sexta-feira, 11, os europeus já admitiam abertamente que as negociações para um acordo comercial com os americanos estavam suspensas, e sem data para ser retomadas.
A chegada à Casa Branca de um presidente que ganhou apoio popular prometendo protecionismo obrigou a Europa a iniciar imediatamente uma reavaliação de sua relação de parceria estratégica. Hoje, os chanceleres dos 28 países farão uma reunião de emergência em Bruxelas para tentar entender o que vai ocorrer com o maior aliado do Velho Continente. Encabeçando a mesa, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, vai apresentar alguns cenários. Diplomatas afirmaram à reportagem que nenhum deles é positivo.
Entre os diplomatas, poucos ousam traçar uma conclusão de que o Trump da campanha não será o Trump presidente. Mas, até que os primeiros passos sejam dados, o temor europeu é de que uma redefinição completa das alianças seja realizada.
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Imprensa internacional destaca vitória de Donald Trump nos EUA
1 / 16Imprensa internacional destaca vitória de Donald Trump nos EUA
The Washington Post (EUA)
Jornais americanos e de outros países reagiram com um misto de surpresa e temor com a eleição do republicano. A chamada principal do portal doTheWashi... Foto: ReproduçãoMais
The New York Times (EUA)
Curiosamente, o jornalThe New York Timesestampou na sua página principal na internet a mesma chamada do concorrenteThe Washington Post: "Trump triunfa... Foto: ReproduçãoMais
Los Angeles Times (EUA)
"Trump vence a presidência", destacou o jornalLos Angeles Timesnachamada principal de seu portal Foto: Reprodução
The Wall Street Journal (EUA)
O jornalThe Wall Street Journaldestacou a "surpreendente vitória de Trump". Foto: Reprodução
Miami Herald (EUA)
O jornalMiami Heralddestacou o "impulso da Flórida" para a vitória de Trump. Foto: Reprodução
El Economista (México)
“Os Estados Unidos votaram pelo muro e pelas mentiras de Donald Trump”, afirmou o jornal mexicanoEl Economista. Foto: Reprodução
El Universal (México)
O também mexicanoEl Universalapontou que a vitória de Trump gera “incerteza mundial”. Foto: Reprodução
Reforma (México)
“A tremer!”, destacou o site do jornal mexicanoReforma. Foto: Reprodução
Financial Times (Reino Unido)
O jornal britânicoFinancial Timesescreveu que Donald Trump venceu "eleição histórica nos Estados Unidos". Foto: Reprodução
The Guardian (Reino Unido)
O também britânicoThe Guardiandestaca a reação no mundo à vitória de Trump. Foto: Reprodução
The Independent (Reino Unido)
A cobertura do portal do jornalThe Independentdestacou o primeiro discurso de Trump como presidente eleito, considerado uma tentativa de "acalmar a te... Foto: ReproduçãoMais
Le Figaro (França)
O jornal francêsLe Figarodestacou que o atual presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, convidou o seu sucessor, Donald Trump, para uma reunião na C... Foto: ReproduçãoMais
Le Monde (França)
O também francêsLe Mondedestacou declaração dopresidente François Hollande sobre a eleição de Trump: "Um período de incerteza". Foto: Reprodução
El País (Espanha)
"Donald Trump eleito presidente dos Estados Unidos", destacou o jornal espanholEl País. Foto: Reprodução
Corriere della Sera (Itália)
O jornal italianoCorriere della Seradestacou o discurso de Trump: "Serei o presidente de todos. É hora de nos unirmos". Foto: Reprodução
La Reppublica (Itália)
O discurso de Trump foi destacado por outro jornal italiano,La Reppublica. Foto: Reprodução
Durante os últimos três anos, Washington e Bruxelas têm conduzido negociações para a criação do maior acordo comercial da história. Mas, do lado europeu, resistências já apareciam na França e em outras economias, hesitantes em abrir seus mercados.
Agora, com uma posição dura de Trump e indicações de que ele não irá promover uma queda de tarifas, a percepção em Bruxelas é de que o ambicioso projeto está enterrado. "O acordo é parte do passado", declarou Bernd Lange, presidente do Comitê de Comércio do Parlamento Europeu. Mathias Fekl, secretário de Comércio Exterior da França, concorda: "As negociações devem parar. Elas estão mortas."