Kremlin nega acordo para reunião entre Putin e Trump em terreno neutro

Porta-voz do Kremlin afirmou que relatos sobre uma possível reunião entre os dois líderes em Reykjavík, na Islândia, 'não correspondem à realidade'; governo russo também destacou que esperará posse de Trump para avaliar iniciativas do novo líder americano

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Por Redação Internacional
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MOSCOU - O Kremlin negou nesta segunda-feira, 16, que haja um acordo sobre uma reunião entre o líder russo, Vladimir Putin, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em terreno neutro. "Todas as informações de acordos preliminares sobre uma reunião (entre Putin e Trump) não correspondem com a realidade", disse o porta-voz da presidência russa, Dimitri Peskov.

Peskov ressaltou que os líderes, que já conversaram por telefone antes da posse do americano em 20 de janeiro, não abordaram "em hipótese alguma" a possibilidade de uma futura reunião, nem há preparativos em andamento para tal.

Loja de Moscou vende modelos de Matrioscas, as tradicionais bonecas russas, representando Vladimir Putin e Donald Trump Foto: AFP PHOTO / Alexander NEMENOV

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O porta-voz russo insistiu que ambos nem sequer mantiveram contatos oficiais e só a embaixada russa em Washington se comunicou com a equipe de Trump por motivos protocolares. "Todos esses relatos sobre acordos preliminares para um encontro não correspondem à realidade", disse Peskov. "No momento não há acordos, esboços ou quaisquer preparações em curso para um encontro porque o presidente e o sr. Trump não discutiram isso de nenhuma maneira."

O jornal britânico "Sunday Times" informou sobre encontro entre Putin e Trump em breve em Reykjavík (Islândia), onde há 30 anos foi realizada a histórica cúpula entre Mikhail Gorbachev, então líder da União Soviética, e Ronald Reagan, presidente americano.

A reunião foi um marco que costurou as bases do início do processo de desarmamento nuclear e pavimentou o caminho para o fim da Guerra Fria.

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Trump antecipou em uma entrevista ao jornal britânico "The Times" que proporá o fim das sanções contra a Rússia pela anexação da Crimeia e a intervenção na Ucrânia em troca de uma nova redução dos arsenais nucleares.

Em 2010, o presidente Barack Obama assinou em Praga com o então chefe do Kremlin, Dmitri Medvedev, o tratado de desarmamento nuclear Start, embora posteriormente a Rússia tenha abandonado o tratado com os EUA de reconversão de plutônio militar.

Peskov indicou que o presidente russo irá esperar a posse de Trump antes de avaliar qualquer iniciativa do novo líder americano, e lembrou que Putin insistiu que a Rússia não tem intenção de abordar a suspensão das sanções com líderes de outros países.

Por outro lado, o porta-voz disse que concorda com Trump quando diz que Otan é "obsoleta" por não se empenhar em combater o terrorismo internacional. "Como a Otan está centrada no confronto e toda sua estrutura está dedicada aos ideais do confronto, dificilmente podemos considerá-la uma organização moderna que tenha como ideais a estabilidade, o desenvolvimento sustentável e a segurança", comentou Peskov. / EFE e REUTERS

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