Margem de ação será delimitada por Legislativo e opinião pública

Segundo especialista, na prática Trump pode simplesmente desfazer ordens executivas de Obama

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Por Redação Internacional
Atualização:

Renata Tranches

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A vitória de Donald Trump levantou dúvidas sobre como e se o novo presidente poderá pôr em prática as promessas de campanha que preocupam parte da população mundial. Algumas delas irão, provavelmente, pôr por terra várias iniciativas do presidente Barack Obama.

Com algumas, Trump não encontrará dificuldade para lidar. Iniciativas do democrata como a lei da reforma da saúde - conhecida como Obamacare -, o plano para combater o aquecimento global, sua ação executiva sobre imigração e suas políticas de proteção dos direitos transgêneros estão sendo questionadas na Justiça por republicanos ou grupos industriais.

Congresso americano. Foto: Saul Loeb/AFP

Trump, como presidente, poderá simplesmente deixar de defendê-las em cortes ou não recorrer de decisões contrárias a elas. "Trump pode fazer algumas coisas por ordem executiva. Basicamente, tudo o que foi feito por Obama, ele pode desfazer", disse, em entrevista ao Estado, o cientista político da George Washington University John Sides. Na opinião dele, ele usará esse recurso para ações unilaterais em política externa.

Com outras, o magnata precisará do Congresso. A escolha do novo juiz da Suprema Corte americana que substituirá Antonin Scalia (morto em fevereiro) é uma delas. Mas também não deverá enfrentar dificuldades, já que seu partido tem interesse em escolher um juiz conservador para manter essa linha ideológica preponderante.

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Nem tudo será fácil. A margem de manobra de Trump esbarrará na opinião pública. Uma de suas mais polêmicas promessas - a de deportar 11 milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos EUA - não encontrará apoio unânime nem mesmo em seu partido. Além de extremamente cara, a medida é igualmente impopular.

Pesquisas de opinião pública mostram que a maioria dos americanos é contra a expulsão. "Ele precisará do apoio de seus colegas e, nesse momento, há muita incerteza sobre quanto o dividido partido está disposto a abraçar sua agenda", diz Sides. PRIORIDADES:

-TPP No curto prazo, tentará desfazer o acordo da Parceria Transpacífica (TPP). Ele precisará da aprovação do Congresso, o que ainda é incerto, segundo especialistas

-Energia Trump pode reverter o curso da maioria das iniciativas executivas de Obama sobre energia limpa e meio ambiente

-Muro Construir um muro na fronteira mexicana e expulsar imigrantes precisará do voto do Congresso, mas a conta de cerca de US$ 166 bilhões pode afastar esse apoio

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