WASHINGTON - Depois de quase oito anos na Casa Branca sem entrar nas discussões divisionistas da política em Washington, a primeira-dama, Michelle Obama, embarca esta semana na campanha presidencial. Ela usará sua popularidade e reputação para pedir votos para a candidata democrata, Hillary Clinton, que tem sido apontada como alguém a quem faltam tais características.
Em um evento na Virgínia na sexta-feira, Michelle fará um apelo aos eleitores para se registrem antes de vencer o prazo no Estado, no dia 18 de outubro. O evento será o primeiro de uma série de aparições que ela fará para apoiar Hillary.
A decisão de entrar para valer na campanha evidencia a transformação de uma relutante mulher de político em uma figura pública confiante, um papel que ela diz ter abraçado mais no segundo mandato do marido, o presidente Barack Obama.
A diretora de comunicação de Michelle, Caroline Adler Morales, disse que o foco da primeira-dama será encorajar, nos Estados-chave - os chamados "swing states" -, particularmente jovens eleitores e afro-americanos, a se registrar e votar. Sua mensagem, disse Caroline, será enfatizar as "qualificações e posições de que um presidente precisa, os valores que prezamos como americanos e nossas esperanças compartilhas para o futuro".
Em julho, Michelle deu uma prévia de como deverão ser os próximos dias ao discursar em uma das noites da Convenção Nacional Democrata. Seu discurso foi um verdadeiro testemunho de como Hillary é uma líder que poderia ser confiada a tarefa de dar continuidade ao legado de Obama.
A seu modo, fez também uma velada denúncia contra o republicano Donald Trump, o candidato opositor que ela não chegou a citar o nome, mas definiu como um "cínico" que vê os desafios do mundo sob a perspectiva dos 140 caracteres do Twitter. / THE NEW YORK TIMES