PEQUIM - O governo chinês advertiu nesta segunda-feira, 12, ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que se não respeitar a política de "uma só China", não haverá estabilidade nas relações entre ambas as potências.
Se for mantido esse princípio - pelo qual Pequim insiste que seja reconhecido como o único governo da China enquanto Taiwan é uma província rebelde -, "o desenvolvimento estável das relações entre China e EUA estão fora de discussão", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, chinês, Geng Shuang.
Ele afirmou que Pequim "está seriamente preocupado" com as declarações de Trump. "Quero enfatizar que a questão de Taiwan é realmente um interesse central para a China".
Em entrevista divulgada no domingo pela emissora Fox News, Trump colocou em dúvida que seja necessário seguir com a política de "uma só China", o que tem sido a base das relações bilaterais entre China e EUA desde 1972, sete anos antes do restabelecimento total de seus laços diplomáticos.
"A adesão ao princípio de 'uma só China' representa os alicerces políticos para o desenvolvimento das relações entre China e EUA", lembrou Geng. "Se (o princípio de 'uma só China') for comprometido ou interrompido, o crescimento estável das relações entre China e EUA, assim como a cooperação nas áreas mais importantes, está fora de discussão."
O porta-voz ressaltou que fez um pedido "à nova administração americana para que admitam a sensibilidade da questão de Taiwan e adiram à política de 'uma só China', assim como aos princípios estabelecidos pelos três comunicados conjuntos entre China e EUA".
"Pedimos que os EUA administrem este assunto de maneira adequada e prudente para que não interrompa ou cause danos aos interesses gerais das relações bilaterais." Para Geng, o tema "não afeta só os interesses fundamentais das relações entre China e EUA, mas também a paz, a estabilidade e a prosperidade da Ásia-Pacífico e do resto do mundo". / EFE