WASHINGTON - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, amenizou ao longo do fim de semana seu discurso anti-imigração e tentou se aproximar das minorias negras e latinas para subir nas pesquisas. O empresário tenta moderar o discurso para se afastar das acusações de racismo feitas por sua adversária, Hillary Clinton.
O primeiro debate entre ambos foi marcado para o dia 26 de setembro, e o polêmico candidato está começando a moderar o discurso que o tornou um grande alvo de críticas. O empresário, que segue atrás de Hillary nas pesquisas, afirmou que as pessoas ilegais que pagam seus impostos e não tenham antecedentes penais poderão regularizar sua situação no país, algo que soa muito similar à proposta feita por Jeb Bush, criticado durante as primárias pelo magnata por propor uma "anistia" aos imigrantes.
"Eles têm que pagar seus impostos anteriores. Têm que pagar impostos. Não é uma anistia, não há uma anistia. Mas trabalharemos com eles", disse Trump em entrevista à emissora Fox News. "Me encontro diariamente com milhares de pessoas que me dizem: 'Senhor Trump, eu o amo, mas pegar uma pessoa que está aqui há 15, 20 anos, e expulsá-lo é muito duro'."
No sábado, em Iowa, o empresário prometeu expulsar do país "imigrantes ilegais criminosos" na "primeira hora" de seu mandato, mas evitou explicar o plano para os que não têm passagem na polícia.
Além disso, Trump passou a criticar Hillary e acusá-la de não fazer o suficiente pelas minorias negras e hispânicas. À CNN, Trump chamou a rival democrata de "demagoga" por não apoiar políticas que tenham beneficiado afro-americanos e hispânicos. Além disso, lembrou de declarações da ex-primeira-dama na década de 90, nas quais ela pede "mão firme" contra os "superdepredadores", um termo usado para se referir a jovens negros e qualificado por ativistas como racista.
A ex-secretária de Estado, por sua vez, começou a colocar em evidência os comentários xenófobos de Trump, chamando-o de paranoico que abraçou o discurso da extrema direita.
Essas parecem que serão as linhas que marcarão o primeiro debate presidencial e a reta final das eleições, que começará em setembro, intensificando a estratégia na busca do voto dos indecisos e das minorias, que serão decisivos para decidir quem ocupará a Casa Branca a partir de janeiro de 2017. / EFE