Trump ataca a imprensa e divulga slogan para buscar reeleição em 2020

Presidente eleito dos EUA manda advogado registrar slogan para corrida eleitoral que ocorrerá dentro de 4 anos e afirma recorrer às redes sociais para driblar ‘imprensa desonesta’

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Por Redação Internacional
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WASHINGTON - Prestes a assumir a presidência dos EUA, Donald Trump já tem planos para 2020. Em entrevista ao Washington Post, ele confirmou o projeto de reeleição e revelou que já tem slogan: "Keep America Great". O lema, algo como "mantenha a América grande", é uma continuidade do atual, "Make America Great Again", ou "Faça a América grande de novo". O republicano governará em meio a uma queda de braço com a imprensa, que chamou ontem de "desonesta".

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Trump explicou à reportagem do Post como chegou ao mote de campanha, decidido ainda em 2012, logo após Mitt Romney ser derrotado por Barack Obama. Durante a entrevista, ele chamou um advogado e mandou registrar formalmente o slogan que acabara de pensar para 2020. "Registre isso: 'Mantenha a América Grande', com um ponto de exclamação. (Registre) com e sem a exclamação. Entendeu?", disse Trump.

Trump trabalha em seu discurso de posse. (FOTO TWITTER/DONALD TRUMP) 

O primeiro slogan de Trump não era exatamente original. Ronald Reagan e George H. Bush usaram "Let's make America great again" na campanha de 1980. O magnata disse que só soube disso há um ano. "Eles não registraram (o slogan)", justificou o empresário.

O republicano, que tomará posse nesta sexta-feira, venceu as eleições prometendo reforçar as fronteiras americanas, manter o país seguro contra o terrorismo, produzir mais empregos, desmantelar o chamado Obamacare - substituindo-o por "algo melhor" - promover a excelência em engenharia e ciência e investir em infraestrutura. "Espere até ver o que acontecerá, começando na segunda", disse.

O trabalho será acompanhado com atenção pela imprensa, que ele voltou a atacar. Assíduo do Twitter mesmo antes de ser o escolhido do Partido Republicano para disputar as eleições, o presidente eleito já fez vários anúncios importantes e se envolveu em polêmicas recorrendo aos posts de 140 caracteres.

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"Não gosto de tuitar. Há outras coisas que eu poderia estar fazendo. Mas eu vejo uma mídia muito desonesta, uma imprensa muito desonesta. E (tuitar) é a única forma que eu tenho para contra-atacar", disse ele à Fox News, reiterando que pretende continuar usando o Twitter após a posse.

Trump tem uma relação difícil com alguns dos maiores veículos de imprensa dos EUA, e chegou a banir a cobertura de alguns deles durante a campanha presidencial, além de criticar repórteres publicamente.

A equipe de Trump vinha discutindo retirar as entrevistas coletivas da pequena sala de imprensa na Ala Oeste e transferi-las para um outro edifício do complexo da Casa Branca, disse no domingo o futuro chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, à rede de TV ABC.

"A imprensa ficou louca, então eu disse: 'Não vamos nos mudar.' Mas algumas pessoas da imprensa não serão autorizadas a entrar", disse o presidente eleito ao programa Fox & Friends.

"Temos muitas pessoas que querem entrar, então, teremos de escolher aquelas que entrarão na sala - tenho certeza de que outras ficarão animadas com isso", disse. "Eles vão implorar por uma sala muito maior em breve, você verá".

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A atual sala de imprensa tem 49 assentos, que são designados pela Associação de Correspondentes da Casa Branca. Mudar a sala de imprensa marcaria uma possível alteração no acesso de repórteres a autoridades da Casa Branca, já que o local fica a apenas alguns passos do Salão Oval. / W. POST e REUTERS

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