Trump inicia atos formais de posse

Ele chegou de avião nesta quinta-feira a Washington para dar início a um mandato de quatro anos, determinado a transformar a política americana e deixar o legado de Barack Obama para trás

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Por Redação Internacional
Atualização:

(Atualizada às 19h09) Na véspera de prestar juramento como o o 45º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice, Mike Pence, deram início nesta quinta-feira, 19, à série de atos formais que terminarão com a posse, que será realizada na sexta-feira na escadaria do Capitólio.

Trump e Pence depositam flores no Cemitério Nacional de ARlington . Foto: Evan Vucci/AP

Hoje, às 15h30 locais (18h30 de Brasília), Trump depositou flores no Cemitério Nacional de Arlington, onde estão enterrados os veteranos americanos mortos em combate. Ele deve discursar do outro lado do Rio Potomac, no Lincoln Memorial, epicentro da cerimônia de posse, que contará com shows de música country e fogos de artifício.

 

Trump chega a Washington para a posse  REUTERS/Jonathan Ernst  

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Ele chegou de avião nesta quinta-feira a Washington para dar início a um mandato de quatro anos, determinado a transformar a política americana e deixar o legado de Barack Obama para trás.

O avião da Força Aérea americana, trazendo Trump, parentes e pessoas próximas, pousou na base aérea Andrews, arredores da capital americana, por volta do meio-dia (hora local, 15h de Brasília).

"Esta viagem começa e vou trabalhar e lutar muito para que seja uma grande viagem também para os americanos. Não tenho dúvidas de que juntos devolveremos a grandeza aos Estados Unidos", publicou o presidente eleito no Twitter na manhã desta quinta-feira, antes de deixar Nova York.

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O bilionário republicano, que se vangloria de ter 20 milhões de seguidores no Twitter, deixou seu QG nova-iorquino, a Trump Tower, com destino à capital, onde vai pernoitar, antes de se mudar na sexta para a Casa Branca.

O empresário deixará seu Boeing pessoal no aeroporto La Guardia, em Nova York, e passará a se deslocar a partir de então em uma aeronave da frota presidencial, o Air Force One.

A cerimônia de juramento, ao ar livre, no Capitólio, começará ao meio-dia (15h de Brasília) de sexta-feira, segundo data e hora estabelecidas na Constituição, e será transmitida pela TV de todo o planeta, em um dia com previsão de chuvas.

Centenas de milhares de cidadãos, entre partidários e opositores ao novo presidente começaram a chegar à capital para participar deste ritual democrático do qual vão participar dirigentes políticos de todo o país, entre eles a adversária de Trump na disputa à Casa Branca, a democrata Hillary Clinton e três ex-presidentes.

"Trump tem pressa real de chegar à Casa Branca e começar a trabalhar para os americanos", disse nesta quarta-feira seu vice-presidente, o conservador Mike Pence, de 57 anos.

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Sem experiência política, nem militar, o septuagenário Donald Trump foi eleito, de certa forma, graças aos maus modos: seus eleitores, egressos das classes populares, o levaram à presidência para virar a página da era Obama e alterar profundamente o status quo político. O bilionário prometeu por mãos à obra rapidamente.

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De Kennedy a Reagan. Depois de se despedir de Barack Obama, o republicano prevê estampar sua assinatura em quatro ou cinco decretos na própria sexta-feira e em muitos outros, mais importantes, a partir de segunda-feira, com a finalidade de desmontar tudo o possível da gestão de seu antecessor sem esperar o Congresso, em temas como imigração, meio ambiente, energia, direito trabalhista.

Trump deve, ainda, terminar o discurso de posse que fará na sexta-feira. Em dezembro, em seu clube privado de Mar-a-Lago, na Flórida, sua "Casa Branca de inverno", ele disse que queria se inspirar em John F. Kennedy e Ronald Reagan.

Em 1961, em plena Guerra Fria, o democrata Kennedy conclamou seus concidadãos, em seu discurso inaugural, a não reivindicar que os Estados Unidos fizessem algo por eles, mas se perguntar o que eles podiam fazer pelo país. Em 1981, Reagan disse que "o governo não é a solução para nossos problemas, o governo é o problema".

Trump consultou vários historiadores, observou discursos de alguns de seus antecessores e tem sido aconselhado por seus assessores, mas o texto que lerá na sexta-feira será "um texto Trump. É ele que o redige, edita e corrige", comentou seu porta-voz, Sean Spicer.

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A duração do discurso seria de 20 minutos, como o de Barack Obama em 2009, disse o porta-voz. Segundo ele, será um discurso "muito pessoal" e terá um tom "filosófico". "Explicará o que significa ser americano, os desafios aos quais estamos confrontados", destacou, e evocará em particular o tema da educação.

"Não será um programa detalhado e sim um documento filosófico, de sua visão do futuro do país, do papel do governo e do papel dos cidadãos", explicou Spicer.

O presidente em fim de mandato fez uma espécie de advertência na quarta-feira ao seu sucessor. Com um pé fora da Casa Branca, o democrata, de 55 anos, reiterou que não intervirá regularmente no jogo político, mas não se calará se Trump ultrapassar alguns limites.

Oposição. Um terço dos legisladores do Partido Democrata boicotará a cerimônia de sexta-feira e, no Senado, os democratas tentarão dificultar a confirmação de diversos membros do gabinete de Trump.

Os republicanos pretendiam ainda nesta sexta-feira ter confirmados pelo menos sete integrantes do novo gabinete pelo Senado, mas é provável que fracassem em sua tentativa. / AFP 

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