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Vantagem de Hillary no colégio eleitoral é ainda maior do que no voto popular

Eleição americana é decidida pelo voto indireto de 538 representantes estaduais; candidata do Partido Democrata teria 341 votos, segundo projeção do ‘Washington Post’, bem mais do que os 270 necessários para vencer o republicano Donald Trump

Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia Trevisan, Correspondente / Washington

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WASHINGTON - A 22 dias da eleição dos EUA, Hillary Clinton lidera todas as pesquisas de intenção de voto, mas sua chance de vencer é maior que a média de 7 pontos que a separam de Donald Trump. O resultado da disputa não é definido na eleição nacional, mas pela votação em cada um dos 50 Estados americanos.

Se a eleição fosse hoje, Hillary teria 341 dos 538 votos no colégio eleitoral, 71 a mais que os 270 necessários para ganhar, segundo projeção do Washington Post. Trump ficaria com 197. No sistema de eleição indireta dos EUA, é o colégio eleitoral - não o voto popular - que define a disputa.

Se Hillary já leva vantagem sobre Trump no voto popular, no colégio eleitoral ela é ainda mais favorita (FOTO: Washington Post photo by Ricky Carioti) Foto: Estadão

A maioria dos Estados tem uma clara preferência por um dos dois grandes partidos e estão praticamente fora da campanha. Ninguém duvida que Hillary ganhará na Califórnia e levará todos os 55 votos do Estado no colégio eleitoral. Do outro lado, é impensável que Trump perca no Tennessee, base sólida do Partido Republicano. Por isso, nenhum desses Estados entra no roteiro de campanha.

A disputa real ocorre nos "swing states", cujo eleitorado oscila entre democratas e republicanos. Nesta eleição, 11 Estados têm potencial de desequilibrar o jogo. Com base em pesquisas recentes, a maioria dos analistas aponta para uma elevada probabilidade de vitória de Hillary em novembro. O site FiveThirtyEight, especializado em projeções eleitorais, estima que a chance de a democrata ganhar é de 86%. O caminho de Trump é cada vez mais estreito, com uma probabilidade de 14%. Pesquisa divulgada ontem pelo Wall Street Journal dá a Hillary uma vantagem de 11 pontos sobre Trump, quase o dobro da diferença há um mês.

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A candidata entrou na disputa com a vantagem de ter um mapa eleitoral favorável aos democratas. Nas seis últimas eleições presidenciais, candidatos do partido foram vitoriosos em 19 Estados que detêm 242 delegados no colégio eleitoral. Os republicanos são os preferidos em 21 Estados com 170 representantes no colégio eleitoral. Qualquer que fosse o candidato do partido, ele teria de percorrer um caminho mais longo para vencer.

É aí que entra o xadrez dos "swing states". O apelo de Trump a trabalhadores de baixa escolaridade prometia colocar em disputa Estados que tradicionalmente votam nos democratas. Entre eles, o principal é a Pensilvânia, que tem 20 votos. Mas o comportamento errático de Trump e os escândalos recentes abalaram sua posição nas pesquisas - a média calculada pelo site Politico mostra que Hillary lidera a corrida em 9 dos 11 "swing states".

O mais importante deles é a Flórida, que tem o terceiro maior número de votos no colégio eleitoral (29), atrás de Califórnia e Texas. Para Trump, será impossível chegar à Casa Branca sem ganhar no Estado. Hillary lidera na Flórida com uma média de 46%, quatro pontos à frente do rival. Na Pensilvânia, a democrata tem 49% e o republicano, 40%. E a vantagem de bilionário é mínima em Ohio (43,2% a 42,6%).

Mark Blumenthal, diretor de pesquisas eleitorais do SurveyMonkey, avalia que é baixa a probabilidade de uma virada nas pesquisas antes do dia 8 de novembro, quando os americanos irão à urnas. Segundo ele, entre 85% e 90% dos eleitores já decidiram seu voto. E os indecisos tendem a se dividir segundo tendência indicada pelas pesquisas. "Não creio que haja muito espaço para mudança", disse.

A rejeição a Trump também colocou em jogo regiões que tradicionalmente votam em republicanos. A disputa está mais acirrada do que o normal em alguns Estados conservadores, como Utah, Arizona, Geórgia e Texas. É pouco provável que Hillary vença em algum deles, mas o simples fato de ter crescido nesses Estados revela o tamanho do desafio de Trump.

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