Eu pude viver estes 15 anos, sendo praticamente 11 deles em Nova York. Mas outras 3 mil pessoas morreram naquele dia 11 de Setembro quando terroristas lançaram aviões contra as duas torres mais altas de Nova York. Elas não puderam ver seus filhos crescerem ou não puderam ter filhos. Elas não os viram se formando. Elas não os viram casando. É inacreditável. Eu apenas tive uma ideia melhor quando estive no Ground Zero naquela manhã de 11 de Setembro de 2011 e conversei com os parentes das vítimas. Deixa de ser aquele "filme" na nossa cabeça. É realidade
Hoje, de uma certa forma, o 11 de Setembro se tornou história. Quase nenhuma pessoa com menos de 20 anos tem memória daquele dia. Imagino um dia eu contando para a Julia do atentado terrorista na cidade que ela nasceu. Não tenho ideia de como vai ser. Mas é estranho pensar que a cidade do atentado do 11 de Setembro é a mesma cidade onde a minha filha nasceu.
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires