O Japão e a Coreia do Sul deveriam adquirir armas atômicas para servir como dissuasão diante da ameaça da Coreia do Norte? Esta possibilidade tem sido mencionada tanto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, como pelo seu secretário de Estado, embora não seja a estratégia oficial do governo americano.
1) A favor de o Japão e a Coreia do Sul obterem armas nucleares estáA teoria da mútua destruição assegurada. Isto é, a Coreia do Norte saberá que, se usar armas atômicas, será alvo de ataques atômicos do Japão e da Coreia do Sul na sequência e destruída. Esta dissuasão funcionou na Guerra Fria entre EUA e União Soviética e funciona atualmente entre Paquistão e Índia
2) Não há perspectiva de uma solução para a conflito. A Coreia do Norte não possui incentivo algum em se desarmar porque os armamentos atômicos são a sua única forma de dissuasão. Saddam Hussein e Muamar Kadafi abdicaram de seus programas de armas de destruição em massa e acabaram sendo derrubados em intervenções do Ocidente
Contra a proposta de o Japão e a Coreia do Sul se armarem está
1) Poderia gerar uma corrida nuclear e irritaria a China, desestabilizando esta região da Ásia. Nações como o Irã também questionariam o motivo de estes países poderem ter armas atômicas
2) Já há uma forma de "mútua destruição assegurada" porque os EUA, maior potência nuclear do planeta, interviriam a favor do Japão e da Coreia do Sul em caso de conflito
3) A diplomacia funcionou no Irã. Embora o caso norte-coreano seja muito mais complexo, não custa tentar. O maior poder de barganha, no entanto, está com a China, não com os EUA
Rússia não gosta dos bombardeios de Israel a regime de Assad
Paralelamente à Guerra da Síria, há um conflito anterior e não solucionado envolvendo, de um lado, Israel. Do outro, o Hezbollah, com o apoio do Irã e da Síria. A Rússia nunca se envolveu muito neste conflito, mas Moscou ficou irritado com os recentes bombardeios israelenses a alvos do regime de Bashar al Assad.
O jovem herói dos verdes na Holanda já é chamado de "Trudeau holandês" - Jesse Klaver, ou "Jessiah", talvez tenha sido o maior fenômeno da eleição holandesa. Aos 30 anos, este jovem carismático fez seu partido crescer de 4 para 14 cadeiras. Pouco ainda dentro da pulverizada política holandesa. Mas Jessiah já vem sendo visto como exemplo sobre como deve ser a nova esquerda não apenas na Europa como também nos EUA (e por que não no Brasil?). Escreverei mais sobre ele em breve
Depoimento de James Comey, diretor do FBI, à Comissão de Inteligência do Senado - neste depoimento, temos de ficar atentos a se ele falará publicamente que Donald Trump mentiu sobre a Trump Tower ter sido grampeada por Barack Obama. Também vale observar se ele falará sobre a existência de investigações de um suposto conluio entre a campanha de Trump e a Rússia
Como sempre, poucos ligam para o Haiti - A ONU, com 193 membros, não conseguiu reunir sequer uma dezena de nações doadoras para atingir o objetivo de US$ 400 milhões para os haitianos combaterem a epidemia de cólera, que já matou 10 mil pessoas - imagine o escândalo se o mesmo número de pessoas tivesse sido morto por terrorismo em um país da Europa Ocidental? Vale lembrar que a cólera foi levada ao Haiti por forças da ONU do Nepal
Um social-democrata, e não a extrema direita, será o maior rival de Angela Merkel na Alemanha - Martin Shulz foi escolhido por unanimidade para liderar o Partido Social Democrata, de centro-esquerda, nas eleições parlamentares deste ano na Alemanha. A disputa entre ele e a chanceler (premiê) Angela Merkel, de centro-direita, embora com bandeiras liberais na imigração/refugiados e outros temas sociais, será acirrada. A extrema direita na Alemanha se enfraqueceu bastante nos últimos meses e será mera coadjuvante nas eleições, ao contrário da França, onde Marine Le Pen é a estrela.
Modi cada vez mais forte - Narendra Modi, premiê da Índia, aos poucos se torna um dos líderes mais poderosos politicamente do mundo
Jornalista de TV de esquerda pode ser a surpresa na eleição presidencial do Chile - Alejandra Gullier, senador e no passado mais respeitado comentarista de TV do Chile, de centro-esquerda, é o maior rival do ex-presidente Sebastian Piñera (centro-direita) nas eleições presidenciais chilenas, deixando para trás o ex-presidente Ricardo Lagos
Noruega é a nação mais feliz do mundo; Brasil, apesar da crise, é 22 - O estudo é realizado todos os anos com o apoio da ONU. O ranking completo e a metodologia pode ser vista aqui
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires