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De Beirute a Nova York

De 1947 a 2010 - Às vezes o mundo é contra Israel, às vezes a favor

Em 1947, Israel aceitou a partilha da ONU. Os palestinos e os países árabes, não. A comunidade internacional se posicionou a favor de Israel. Em 1967, Israel foi provocado pelo Egito e teve que lutar contra uma frente que envolvia ainda a Síria e a Jordânia. A comunidade internacional ficou a favor de Israel. Em 1973, Israel foi atacado no dia do Yom Kippur. A comunidade internacional ficou a favor de Israel.

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Por gustavochacra
Atualização:

Em 1982, Israel amparou milicianos cristãos libaneses no massacre de Sabra e Shatila. A comunidade internacional ficou contra Israel. Em 1996, Israel bombardeou um abrigo da ONU em Qana, no Líbano, matando mais de cem pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças. A comunidade internacional ficou contra Israel.

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Entre 2000 e 2004, Israel sofreu uma ampla campanha de dezenas de atentados terroristas, onde morreram centenas de civis que estavam em restaurantes, ônibus e cafés. A comunidade internacional ficou a favor de Israel. De 2000 até 2008, Israel foi alvo de milhares de foguetes do Hamas no sul do país. A comunidade internacional ficou a favor de Israel, incluindo uma visita do então candidato Obama.

Em 2006, Israel arrasou o sul do Líbano, o vale do Beqa e partes de Beirute em resposta ao seqüestro de dois soldados israelenses pelo Hezbollah na fronteira. A comunidade internacional considerou a reação desproporcional e ficou contra Israel. No fim de 2008 e começo de 2009, Israel lançou uma ampla operação contra o Hamas na Faixa de Gaza. Morreram 1.400 palestinos e 13 israelenses, sendo cinco em fogo amigo. A comunidade internacional ficou contra Israel.

Ontem, Israel invadiu uma frota de barcos internacionais que levava ajuda humanitária a Gaza. O episódio resultou na morte de dez pessoas. A comunidade internacional ficou contra Israel.

Portanto, dependendo do caso, o mundo fica a favor ou contra Israel. Quando Mahmoud Ahmadinejad questiona o Holocausto, naturalmente vemos os israelenses como vítimas. Mas são raros no resto do mundo que conseguem ver legalidade nos assentamentos na Cisjordânia.

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A defesa de Israel deve se concentrar no que é verdadeiro. O país enfrenta ainda grupos terroristas, como o Hamas, e milícias, como o Hezbollah, que ainda questionam a sua existência. Além disso, o regime iraniano é um inimigo declarado dos israelenses. Sem falar no anti-semitismo internacional, que é forte inclusive na Europa.

As críticas a Israel devem se focar nos assentamentos na Cisjordânia, na ocupação do Golã  e nas restrições ao trânsito de palestinos dentro de seus territórios.

Comentários islamofóbicos, anti-semitas e anti-árabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes

O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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