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De Beirute a Nova York

De São Paulo a Nova York - Vale a pena estudar em uma escola americana no Brasil?

Caso seja aprovada a indicação de Elena Kagan pelo presidente Barack Obama, todos os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos terão estudado em Yale e Harvard. São as duas "super universidades", teoricamente um pouco acima de suas rivais Columbia, Stanford, Penn e Chicago. Seria como, até os recentes escândalos em Wall Street, trabalhar no Goldman Sachs. É o melhor entre os melhores, o Roger Federer dos bancos.

Por gustavochacra
Atualização:

No Brasil, nas universidades, temos a USP, as Federais, a UNICAMP, a PUC do Rio a FGV e algumas outras bem acima das demais. Aos poucos, percebo que também as escolas do ensino médio começam a ganhar o status de super colégios. Algumas pelos seus resultados ao longo dos anos, como o Santa Cruz e o Bandeirantes, que costumam ter elevado índice de aprovação na FUVEST. Outros pelo desempenho no ENEM, como o Vértice e o Móbile.

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Mas não falo aqui destas super escolas. Comento de colégios com baixo índice de aprovação nos vestibulares brasileiros e que ainda assim são disputados a tapa por pais de alunos que sonham com uma vaga nestas instituições, mais concorridos até do que o Porto Seguro e o Santo Américo. Trata-se da Graded, do St Paul, do St Francis e da Chapel. São os colégios americanos e (no caso do St Paul, britânicos), onde estudam os filhos da elite paulista e de expatriados vivendo em São Paulo, cada vez mais uma cidade global. E pagam cerca de R$ 4 mil por este privilégio.

E fica a pergunta - vale a pena colocar o filho em uma escola americana? Conheço pessoas que estudaram na Graded. Todos falam um inglês perfeito e possuem amigos de outras partes do mundo, sendo claramente mais cosmopolitas do que seus pares do Dante ou do Pueri Domus. Mas não foram aprovados nas melhores universidades americanas. Raros são os casos de ex-alunos desta escola - e das outras também - em Harvard e Yale, para usar o exemplo da Suprema Corte americana. Tampouco conseguem passar na FGV, na Poli ou na Escola Paulista como os rivais do Palmares ou do Rio Branco.

Ao mesmo tempo, no ano passado, dei uma palestra sobre a Guerra de Gaza na Graded. E fiquei impressionado com campus. Deu vontade de ter estudado lá. Moderno, com uma biblioteca sensacional, áreas esportivas e alunos que conheciam bem a situação do Oriente Médio. As escolas americanas oferecem "um algo mais".

Se eu fosse pai, hoje, não sei se colocaria meu filho em uma escola americana - e adicione também os bons Liceu Francês e Miguel de Cervantes, que é espanhol. Afinal, não dá para dizer que estes colégios sejam o equivalente da USP para as universidades ou que sejam o Michael Phelps do Ensino Médio. Mas certamente colocaria meu filho (se tivesse) para aprender não apenas inglês, como também outras línguas. Talvez seja melhor estudar em um bom colégio brasileiro e ir a aulas de inglês em cursos como o da Cultura Inglesa ou do Alumni. Aos 16, 17 anos, vale morar no exterior, em um dos programas de intercâmbio. Quem tem condições pode desperdiçar a chance de estudar em uma escola americana, mas jamais de morar nos Estados Unidos, Inglaterra ou mesmo na Irlanda, Austrália e Nova Zelândia. A nova geração de brasileiros precisa estudar fora.

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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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