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De Beirute a Nova York

O que ocorreria se o Brasil tivesse divisões sectárias como o Líbano?

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Por gustavochacra
Atualização:

Nesta minha viagem ao Líbano, encontrei uma nação bem mais otimista do que nas últimas vezes que estive aqui, em junho e novembro do ano passado. Em ambas, especialmente na primeira, havia um enorme temor de a Guerra da Síria provocar um conflito civil também no território libanês.

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Não que a situação atual esteja boa. Ainda há mais de 1 refugiado, sírio ou palestino, para cada cidadão libanês. A Síria continua em guerra, embora com Assad avançando cada vez mais. Ao sul está Israel, ainda um inimigo. E os libaneses, desde o mês passado, não têm presidente porque as facções políticas no Parlamento, com membros cristãos em todas, não chegaram a um acordo para eleger o novo líder do país - as eleições parlamentares são democráticas e os deputados votam para presidente.

Mas o Líbano, hoje, pensa, acima de tudo, em Copa do Mundo. Há bandeiras espalhadas por todo o país. O Brasil, claro, é disparado o mais popular. Seria como o Flamengo no Rio ou o Corinthians em São Paulo. Pesa tanto sermos pentacampeão como também a enorme comunidade libanesa no Brasil. Depois de nós, vem os alemães (preferidos pelos xiitas) e, em uma escala menor, Argentina, Itália, França, Espanha e Argélia. Haverá telões espalhados por todo o país. A expectativa é de que a Copa gere um crescimento de 35% no movimento dos bares e restaurantes.

No Brasil, aparentemente, aos poucos, as pessoas começam a se empolgar com a Copa. Mas, ao compartilhar um entrevista da Dilma para o New York Times hoje no meu Facebook, vi comentaristas discutindo pesadamente a favor e contra a presidente. Não foi a primeira vez. Mas hoje o sentimento em defesa e contra o PT atingiu patamares similares aos de conflitos no Oriente Médio. Imaginem se o PT fosse o 8 de Março (xiitas e cristãos seguidores de Aoun), o PSDB o 14 de Março (sunitas e seguidores de Geagea) e os drusos de Jumblat o PMDB, navegando em suas alianças? Fico pensando o que ocorreria no Brasil se os partidos fossem, como no Líbano, associados a religiões. Será que haveria um conflito sectário como a Guerra Civil do Líbano nos anos 1980?

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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