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De Beirute a Nova York

OLP ameaça decretar a independência palestina; qual seria a reação dos países?

Por gustavochacra
Atualização:

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) ameaça proclamar a independência da Palestina, sem o consentimento de Israel. O premiê Salam Fayyad diz, por sua vez, que a Autoridade Palestina deve trabalhar em um processo de dois anos com o objetivo final de criar um Estado independente. O Estado palestino ficaria dentro das fronteiras pré-1967, o que incluiria a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Jerusalém Oriental seria a capital.

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A iniciativa se deve à frustração com o governo de Barack Obama, que voltou atrás na sua exigência de que Israel congele a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia. O presidente Mahmoud Abbas anunciou que não concorrerá nas adiadas eleições presidenciais e acrescentou que pode até mesmo renunciar diante da mudança da postura americana.

Israel, obviamente, rejeitaria a independência palestina e a perspectiva de paz afundaria ainda mais. Por outro lado, todos os países do mundo teriam de tomar uma posição, como aconteceu quando Kosovo decretou a independência da Sérvia. Na época, os EUA aceitaram o novo Estado.

No caso palestino, dá para especular o que poderia acontecer

EUA - certamente rejeitariam a independência do novo Estado. Porém fariam o máximo para levar os dois lados de volta para a mesa de negociações França e Inglaterra - adotariam posições próximas às dos EUA, dizendo que as aspirações palestinas são legítimas, mas a independência deve ser acordada com Israel

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Jordânia - Reconheceria imediatamente o novo Estado, mas sem colocar em risco as relações com Israel

Egito - Fecharia suas fronteiras com Gaza e diria que o problema envolve israelenses e palestinos e não tem nada a ver com o Cairo. No máximo, para puxar o saco americano, se ofereceria como mediador

Líbano - Imediatamente reconheceria o novo Estado, mas alertaria para a questão dos 400 mil refugiados no território libanês

Síria - Provavelmente, criaria a primeira Embaixada palestina no exterior, celebrando o novo Estado. Claro, isso se as negociações com Israel sobre o Golan não estiverem avançadas. Neste caso, poderia tentar, por baixo dos panos, demover os palestinos da decisão Irã - Obviamente, reconheceria o Estado palestino, mas diria que terras palestinas, onde hoje está o Estado de Israel, ainda são ocupadas

Arábia Saudita e países do golfo - Afirmariam que esta é uma oportunidade para Israel reconhecer o Estado palestino nas fronteiras pré-1967 e estabelecer relações com todo o mundo árabe

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China - Intensificaria as relações comerciais com os palestinos e, se possível, também com os israelenses. Mas manteria a cautela, pois não pode abrir um precedente para Taiwan

Rússia - Uma guerra sempre é bem vinda para elevar o preço do petróleo e a venda de armas. Portanto, independentemente do que Moscou falar, a torcida será por um conflito

Brasil - No governo Lula, provavelmente, o Brasil teria a mesma posição que a França, talvez ressaltando o fracasso americano e israelense de levar adiante o estabelecimento de um Estado palestino

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