- deixar claro que a oposição armada que luta contra a Assad é jihadista. Inicialmente, não era. Mas, de fato, atualmente todos os principais grupos chamados de rebeldes tem viés jihadista - o Jaysh al Islam, o Hayet Tahrir al Sham (antiga Frente Nusrah, a Al Qaeda na Síria) e o Ahrar al Sham, além do próprio ISIS, também conhecido como Grupo Estado Islâmico ou Daesh
- deixar claro que estes grupos jihadistas foram armados por Obama com apoio de Hillary Clinton. Na verdade, porém o então governo Obama fez o possível para armas milícias laicas e supostamente moderadas. Fracassou. Com o passar dos anos, muitos dos armamentos caíram nas mãos dos jihadistas e as milícias supostamente moderadas basicamente desapareceram
- mostrar Assad como um dos últimos defensores do cristianismo no mundo árabe, além de ser uma bastião contra o radicalismo salafista propagado pela Arábia Saudita
- deixar claro que Assad não oferece ameaça aos EUA e combate justamente terroristas jihadistas que atacam os americanos
- frisar que todas as intervenções americanas no Oriente Médio, Norte da África e Ásia Central para mudança de regime foram um fracasso (Iraque, Afeganistão e Líbia)
Esta estratégia de Assad e Putin funcionou com a base trumpista e com o próprio Trump por um período. O presidente americano, antes de ser candidato, via com enorme cautela a oposição síria e chegou a escrever no Twitter (corretamente) que se tratavam de jihadistas. Ele nunca chegou a defender Assad, mas claramente não se importava com a permanência dele no poder. O ditador sírio e seu aliado em Moscou nunca quiseram provocar Trump. Mas, pelo visto, algo deu errado em relação ao presidente (comentarei em um próximo post, mas guarde o nome "Arábia Saudita"). Já a base trumpista saiu em defesa de Assad e criticou Trump por seguir a linha intervencionista de Bush e Hillary.