IRAQUE - A maior parte das análises se focam em como derrotar o ISIS na Síria, esquecendo que, no Iraque, o governo em Bagdá e o Curdistão já são aliados e treinados pelo Ocidente (EUA) e pelo Irã. Ainda assim, foram incapazes até agora de reconquistar Mossul, Ramadi e Fallujah - noto que o governo Obama de fato prioriza o Iraque, apesar de não darem muito valor a isso
YEMEN - No Yemen, a Arábia Saudita, apoiada pelos EUA, está massacrando os houthis, que são os maiores inimigos do ISIS e da Al Qaeda no país. O resultado? Obviamente que o ISIS e a Al Qaeda na Península Arábica não param de conquistar território graças aos amigos dos americanos. Lembrando que os houthis não fizeram os atentados em Paris. Ao contrário, são vítimas do terrorismo do ISIS e das bombas sauditas
LÍBIA - Depois que derrubaram Muamar Kadafi e jogaram o país no lixo, os países do Ocidente (especialmente os franceses) apenas observam o crescimento do ISIS, que já controla importante faixa litorânea ao redor do Sirte. A capital, Trípoli, está nas mãos de uma federação de milícias extremistas islâmicas, incluindo a Al Qaeda, que foram armadas pela França. E o governo "reconhecido internacionalmente", que tem como comandante o "general Hifter", um antigo homem forte de Kadafi que depois trabalhou para a CIA, fica restrito a uma pequena faixa territorial na fronteira com o Egito.
AFEGANISTÃO - o Taleban voltou a crescer, mas este nem é o maior problema. Hoje esta organização afegã está mais preocupada com os rivais do ISIS, que começam a ganhar território
SINAI - o regime do general Sissi tanto reprime seus opositores que parece esquecer que, no Sinai, afiliados do ISIS foram capazes de burlar a segurança do aeroporto e explodir um avião da Rússia
Mas vamos fechar os olhos e achar que tudo se resolve quando "Raqqa" for reconquistada na Síria. Tudo voltará ao normal e viveremos felizes para sempre, desde que não estejamos no Iraque, no Yemen, no Afeganistão, na Líbia ou no Sinai.