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De Beirute a Nova York

Por que Obama gosta mais da Ásia do que da América Latina?

Estive no Brasil para participar de um debate com o embaixador de Israel, Reda Mansour (escreverei um post sobre ele), com a correspondente da Globo News em Israel, Dani Kresch, e com o acadêmico Michel Gherman. O comando foi de Osias Wurman, editor da Rua Judaica e cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro, com a organização e participação de jovens do Grupo Hillel. Também falei para a Confederação Israelita do Brasil em São Paulo. Por este motivo, fiquei ausente do blog. E volto hoje, já em Nova York, mas não para falar de Oriente Médio.

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Por gustavochacra
Atualização:

Afinal, a parte do mundo que mais interessa a Barack Obama é a Ásia, ou mais especificamente a região do Pacífico. E sempre foi assim. A América Latina não tem relevância para o presidente dos Estados Unidos. Chega a ser surreal um ex-estudante da geração dele de duas universidades como Columbia e Harvard não ter conhecimentos básicos de espanhol. O líder americano quis se distanciar o máximo que conseguisse do Oriente Médio - não conseguiu, obviamente. Não se interessou pela Europa e jamais se aproximou da África, onde seu pai nasceu.

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Nesta viagem, Obama obteve um enorme sucesso ao firmar um acordo sobre questões climáticas com a China. Não sabemos, claro, se os dois lados irão cumprir. Mas é um enorme avanço. Passará por Myanmar. Na última vez que esteve lá, elogiou o processo de redemocratização. Desta vez, corretamente, criticará a perseguição a uma minoria islâmica no país. Por último, irá para a Austrália em encontro do G-20. Para Obama, o mundo está na China, Coreia do Sul, Japão, Indonésia (onde ele viveu) e Índia. Não no Brasil, na Rússia ou na França.

O Oriente Médio, no fim da administração Obama, continuará o caos. A Líbia esquecida e pulverizada, o Egito com um regime ditatorial e uma oposição se radicalizando, as relações Israel-Palestina em colapso, a Síria na sangrenta guerra civil, o Iraque, idem, o Líbano instável, uma Jordânia de pé graças à ajuda de Israel e dos EUA, uma Arábia Saudita rebelde, um Yemen caótico. Talvez, sua única conquista seja um acordo com o Irã. Mas mesmo este corre risco de não dar certo.

A América Latina? Talvez, com os republicanos, sempre mais favoráveis ao continente, haja uma aproximação nos últimos dois anos de sua administração. O fim do embargo a Cuba pode ser uma opção. Mas a região ganharia força mesmo se um candidato com maior interesse nos temas latino-americanos, como Jeb Bush, que além de falar espanhol e ser casado com uma mexicana tem um grande interesse no Brasil, for eleito.

Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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