Foto do(a) blog

De Beirute a Nova York

Por que Obama trocou o comando do Pentágono?

O presidente, Barack Obama, decidiu mudar o comando do Pentágono porque o cenário internacional não é o mesmo de quando ele nomeou Chuck Hagel para o cargo. O secretário da Defesa havia sido escolhido em um outro contexto, com a tarefa de levar adiante a retirada das tropas americanas do Afeganistão e de realizar um corte de gastos no setor militar dos EUA.

PUBLICIDADE

Por gustavochacra
Atualização:

O problema é que, neste ano, o crescimento do ISIS, também conhecido como Grupo Estado Islâmico ou Daesh, alterou os cálculos de Obama na política externa. Em vez de se retirar do Oriente Médio, os EUA tiveram de aumentar a sua presença nas intervenções no Iraque e na Síria. O futuro secretário da Defesa será alguém avaliado como mais capaz para levar adiante estas operações.

PUBLICIDADE

Na avaliação do professor Charlie Dunlap, da Universidade Duke, Obama deve buscar desta vez um membro de seu partido, o democrata, depois de ter dois republicanos (Hagel e seu antecessor, Robert Gates) no comando do Pentágono. "Bob Work, atual vice-secretário da Defesa, certamente está na lista. Mas talvez vejamos uma mulher como Michele Flourny, que já foi subsecretária para Política de Defesa. Os dois possuem excelentes qualificações e são respeitados pelos dois partidos", disse.

Embora Hagel seja oficialmente republicano, ele bateu de frente com o seu partido uma série de vezes quando era senador, especialmente na sua oposição à Guerra do Iraque durante a administração de George W. Bush. Neste sentido, os dois nomes democratas cogitados para o cargo talvez enfrentem menos resistência de um Congresso agora controlado pelo Partido Republicano tanto na Câmara dos Deputados como no Senado.

Provavelmente, Obama evitará um nome de peso. O presidente não gostou do que Robert Gates fez ao deixar o cargo, escrevendo um livro criticando duramente as posições do líder americano e também de seu vice-presidente, Joe Biden.

O novo secretário da Defesa não lidará apenas com a questão do ISIS no Iraque e na Síria. Mesmo no Oriente Médio, há outros temas importantes, como as negociações envolvendo o programa nuclear iraniano, hoje nas mãos do secretário de Estado, John Kerry. Em caso de fracasso, o tema imediatamente passa para a Defesa.

Publicidade

O Pentágono também precisa observar com atenção o conflito na Ucrânia, embora não haja envolvimento militar americano. No Pacífico, há a Coreia do Norte e a disputa geopolítica com a China. E, claro, ainda será necessária uma definição sobre qual será o papel dos Estados Unidos no Afeganistão nos próximos anos, além do combate ao terrorismo em escala global, especialmente com o uso de Drones no Yemen e no Paquistão - nestes dois casos, em coordenação e/ou paralelamente à CIA.

Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Comentários islamofóbicos, antissemitas, anticristãos e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco são permitidos ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista

Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. 

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.