. Nas bolsas de apostas, a probabilidade de vitória de Hillary é de 75%
. Hillary também tem 81% de chance vencer no cálculo do FuveThirtyEight, 91% do Upshot (New York Times), 88% no Predctiwise e 99% no Princeton Election
. Hillary também lidera por uma margem de 4,6 pontos percentuais na média calculada pelo Real Clear Politics, 7 pontos na média calculada pelo Huffington Post e 5,5 pontos na média calculada do FiveThirtyEight
Noto que tanto as probabilidades dos sites de estatísticas como a média das pesquisas não computam as últimas informações envolvendo uma possível reabertura nas investigações dos e-mails de Hillary pelo FBI. As bolsas de apostas, porém, já contabilizam estes dados.
O mais difícil para Trump é o colégio eleitoral. Ainda que ele mantenha os 206 votos obtidos por Mitt Romneyem 2012 e conquiste alguns novos Estados, que ficaram com Obama em 2012, será complicado.
Suponha que Trump leve Ohio (é favorito), Iowa (equilibrado), Florida (equilibrado) e Nevada (Hillary é levemente a favorita). Neste caso, Trump teria os 206 + 18 (Ohio) + 29 (Florida) + 6 (Nevada) + 6 (Iowa). Isso totalizará 265. Hillary, no entanto, teria 273 e seria vencedora.
Trump precisa, portanto, avançar em outros Estados onde Hillary é favorita. Por exemplo, se ele vencer todos os Estados citados acima mais a Pensilvânia, será eleito presidente dos EUA com 285 votos no colégio eleitoral. Isso pode ocorrer, mas não será simples. Ele está 7 pontos atrás na média das pesquisas neste Estado. Claro, há outras opções também complicadas no mapa, como Wisconsin.
Isso, insisto, se Trump gabaritar os Estados de Romney. Ele corre riscos na Carolina do Norte, onde Hillary é favorita, e em Utah, onde o candidato independente McMullin pode surpreender ao levar o eleitorado mórmon, maioria no Estado. Caso o republicano perca estes dois Estados, será praticamente impossível Trump ser eleito.
De qualquer maneira, acho que o impacto da questão do FBI -e-mails de Hillary será decisivo e ainda não está contabilizado, diferentemente de todos os escândalos de Trump e anteriores de Hillary. Só não sabemos o tamanho do impacto.
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires