Ao ser entrevistado por um canal local na segunda-feira, ele terminou o programa com uma piada. "Num carro está o presidente da Fifa, seu secretário-geral e o diretor de Comunicações. Quem está no volante? a polícia".
O comentário desagradou a direção da entidade que, em um caos, optou por pedir a cabeça do homem que comandou a imagem da Fifa.
Equivalente ao Ministro de Informação da Coreia do Norte, mas com ternos italianos, Walter de Gregorio entrará para a história da Fifa por sua coletiva no dia 27 de março, quando os sete dirigentes foram presos em Zurique.
Naquele momento, ele insistiu que a operação era "muito boa" para a entidade e que aquele dia era "um bom dia para a Fifa". Ao ser questionado como estava Blatter, Gregorio garantiu que ele estava "relaxado". "Claro, não está dançando em seu gabinete. Mas está tranquilo".
Dias depois, o todo-poderoso chefe anunciaria sua demissão, num teatro organizado por Gregorio sem qualquer perguntas ou esclarecimentos.
Não seria a única frase de efeito do diretor de Comunicação, que se recusava a responder a e-mails e telefonemas de jornalistas pedindo informação. Quando assumiu o cargo, viajou para encontrar alguns dos repórteres que cobrem a Fifa e prometeu: vamos entrar em uma era de "maior transparência".
Na última coletiva de Joseph Blatter na Fifa, há pouco mais de uma semana, Gregorio montou mais uma estratégia: deu a palavra apenas aos jornalistas ingleses para que fizessem perguntas ao seu chefe. O objetivo era o de criar a sensação de que tudo não passava de um complô da imprensa inglesa contra Blatter, a vítima.
Foi o mesmo Gregorio que, durante a Copa das Confederações no Brasil e diante dos protestos nas ruas, desapareceu e deixou seus funcionários sem saber o que responder aos jornalistas.