EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Americanos desconhecem fonte de 44% das notícias que consomem

PUBLICIDADE

Foto do author Lourival Sant'Anna
Atualização:

Em tempos de um presidente que se comunica com a população via Twitter, e fatos e versões se confundem no emaranhado das redes sociais, 36% dos americanos se informam mais acessando diretamente os sites de notícias e 35%, pelas redes sociais. E em 44% dos casos não identificam a fonte das informações que consomem. Os dados são de uma pesquisa do Pew Research Center, divulgada nesta quinta-feira.

PUBLICIDADE

Os que buscam informações com mais frequência nos mecanismos de busca representam 20% dos entrevistados; os que se informam mais por meio de emails, mensagens de texto via celular e alertas recebidos dos veículos de comunicação somam 15%; e aqueles que acessam mais notícias por emails e mensagens de amigos e parentes, 7%.

Quando os jovens de 18 a 29 anos clicam em links de notícias, lembram-se do nome do veículo ou da fonte de informação em 47% dos casos. Na faixa dos 30 aos 49 anos, esse índice sobe para 57% e, acima dos 50, para 61%. Na média de todas as idades, sabem dizer de onde vem a notícia 56% das vezes.

Ao mesmo tempo, os jovens são os que mais consomem notícias vistas nas redes sociais: 47% dos casos. Entre os usuários com 30 a 49 anos, as redes sociais são a porta de entrada para a notícia 42% das vezes. A partir dos 50 anos, apenas 23%. Os mais velhos consomem mais notícias vindas de emails, mensagens e alertas dos veículos de comunicação.

Mulheres consomem mais notícias via redes sociais do que homens: 39% a 30%. Quanto mais jovens as mulheres, maior essa fatia: 49% entre 18 e 29 anos e 47% entre 30 e 49 anos. Já os homens preferem ir diretamente aos sites ou aplicativos dos veículos de comunicação.

Publicidade

Entre os que se informam clicando em links de sites de notícias, a fatia dos casos em que se lembram do nome do veículo é maior: 59%, ante a média de 56%. Nesse grupo, a CNN foi citada 14% das vezes e a Fox News, 12%, ambas redes de TV a cabo. Em terceiro lugar, com 10%, apareceu o Facebook, que na verdade não produz notícias. Outras sete fontes foram citadas, com 3% a 6% de menções: o jornal The New York Times, o site The Huffington Post, a rede de TV MSNBC, o portal Yahoo, a rede de TV ESPN, o jornal The Washington Post e a rede de TV CBS.

Quanto aos temas, "política" foi o mais mencionado, com 40% das citações, até porque a pesquisa foi realizada entre 24 de fevereiro e 1.º de março de 2016, no calor das primárias, incluindo a Super-Terça-Feira, quando ocorreram em 24 Estados. O próximo assunto foi entretenimento, com 16%. Notícias locais, economia e negócios e esportes obtiveram menos de 10%.

Aqueles que buscam notícias de economia e negócios têm mais chances de acessar diretamente um site ou aplicativo de notícias: são 53% dos casos, ante apenas 12% nas redes sociais. Já notícias locais são buscadas nas redes sociais em 53% dos casos, ante 22% nos sites de notícias.

A pesquisa ouviu 2.078 usuários da internet, que responderam ao menos 10 de 14 mini-questionários ao longo da semana. Eles foram indagados duas vezes por dia se haviam consumido notícias online até duas horas antes e, em caso afirmativo, os detalhes da experiência. A amostra somou 2.004 pessoas, que disseram pelo menos uma vez que tinham consumido notícias online até duas horas antes. Portanto, o método não exigiu grande memória dos entrevistados. O esquecimento ou o desconhecimento da fonte da informação é simplesmente parte da vida atual.

Opinião por Lourival Sant'Anna

É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.