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É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Projetos debatidos nos EUA não evitariam atentados

A bancada democrata trancou a pauta do Senado para forçar a votação de dois projetos na Casa para restringir a venda de armas nos Estados Unidos. Depois de quase 15 horas de trancamento da pauta, os republicanos concordaram em examinar as propostas.

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Atualização:

Uma delas proíbe a venda de armas de fogo para pessoas que constem da lista do FBI de investigados por possível  envolvimento com o terrorismo. Dependendo da formulação final do projeto, essa emenda poderia evitar a compra de armas por alguém como Omar Mateen, que matou 49 pessoas a tiros na boate gay Pulse, em Orlando, na madrugada de domingo. Ele foi interrogado duas vezes pelo FBI, por ter feito declarações a colegas da empresa de segurança G4S de que teria ligações com grupos terroristas, e também por ter tido contato com Moner Mohammad Abusalha, militante da Frente Al-Nusra, que se explodiu na Síria em 2014. Mas acabou liberado.

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A outra proposta exige verificação dos antecedentes criminais dos compradores de armas pela internet e em feiras do setor. Atualmente, pode-se comprar pela internet armas como o fuzil AR-15 usado por Mateen apenas preenchendo um questionário que pergunta se o cliente pretende cometer crimes ou atos terroristas. Mateen tinha licença de porte de arma e para trabalhar em empresa de segurança e comprou o fuzil e a pistola automática em uma loja da Flórida.

Essas mudanças da lei não teriam evitado atentados como o cometido por um casal de origem paquistanesa em San Bernardino, na Califórnia, no dia 2 de dezembro do ano passado, que deixou 14 mortos e 22 feridos. Os dois fuzis usados por Syed Rizwan Farook no ataque contra a celebração de fim de ano de funcionários do Departamento de Saúde Pública do condado foram comprados por seu amigo Enrique Marquez Jr, que sequer pertence à comunidade muçulmana.

Muitos autores de atentados entram em ação pela primeira vez e não estão no radar da polícia.Mas, se estiverem, podem simplesmente pedir ou pagar para alguém comprar as armas.

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Opinião por Lourival Sant'Anna

É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais

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