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9 fatos explicados no discurso do diretor do FBI

Na segunda-feira, James Comey confirmou a existência de uma investigação sobre uma possível colaboração entre membros da campanha de Trump e funcionários do governo russo; veja alguns pontos importantes da audiência

Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - O diretor do FBI, James Comey, confirmou na segunda-feira 20 a existência de uma investigação sobre contatos e uma possível "coordenação" entre integrantes da campanha do agora presidente dos EUA, Donald Trump, e a Rússia para interferir na eleição americana com o objetivo de prejudicar a candidata democrata, Hillary Clinton.

Comey também disse que a agência sob seu comando e o Departamento de Justiça não possuem nenhuma informação que sustente a acusação do presidente de que seu antecessor, Barack Obama, grampeou seus telefones durante a eleição de 2016.

O diretor do FBI, James Comey (E), e o diretor da Agência de Segurança Nacional, Mike Rogers, respondem questionamentos de legisladores que investigam interferência russa na eleição americana Foto: AFP PHOTO / MANDEL NGAN

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O diretor do FBI e o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), Mike Rogers, passaram horas respondendo aos questionamentos de membros do Congresso. Veja abaixo alguns fatos que foram aprendidos com os discursos de segunda-feira, segundo informações da rede CNN.

1 - Há uma investigação em andamento que foi iniciada em julho

Em seu discurso, Comey confirmou publicamente pela primeira vez que o FBI está investigando os supostos contatos e uma possível "coordenação" entre integrantes de sua campanha e a Rússia para interferir na eleição presidencial americana com o objetivo de prejudicar a candidata democrata, Hillary Clinton.

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2 - Obama não grampeou Trump

Comey disse que a agência e o Departamento de Justiça não possuem nenhuma informação que sustente a acusação de Trump de que Obama grampeou seus telefones durante a eleição de 2016. "Não tenho informações que sustentem esses tuítes", afirmou o diretor de FBI, se referindo às mensagens publicadas por Trump acusando Obama de espioná-lo durante a campanha de 2016. Rogers concluiu que "as alegações do mandatário não fazem sentido" e negou que o governo Obama tenha pedido à inteligência britânica para realizar qualquer tipo escuta envolvendo Trump, se referindo a outra acusação do republicano.

3 - A avaliação ordenada por Obama não se tratava de conluio

O deputado Adam Schiff, membro do Comitê, procurou esclarecer com Comey que sua confirmação das declarações do ex-diretor de Inteligência Nacional James Clapper sobre não encontrar evidências da relação entre Trump e a Rússia se referiu a um relatório da inteligência que não avaliou de fato o tema.

4 - Democratas continuam insistindo no mesmo assunto

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Sem evidências do contato entre Trump e o governo russo durante sua campanha, os deputados democratas voltaram repetidamente ao assunto, questionando Comey e Rogers diversas vezes sobre tópicos que, em sua maioria, eles não podiam comentar. "É possível que todos esses eventos e informações estejam completamente desvinculados e não sejam mais do que uma infeliz coincidência? É possível. Mas também é possível que eles estejam ligados (...) e é um dever com o nosso país investigá-los", disse Schiff.

5 - Ainda não se sabe se houve contato entre EUA e Rússia durante campanha

Nenhuma evidência foi apresentada, mas Comey afirmou que a investigação foi apenas a etapa inicial. Ele afirmou que havia muitos tópicos os quais ele não podia comentar. "Como esta é uma investigação que ainda está acontecendo e é secreta, não posso falar mais a respeito do que estamos fazendo e quais condutas estamos examinando", disse ele. "Sei que isso é extremamente frustrante para alguns. Espero que vocês e o povo americano possam entender."

6 - Algumas agências podem divulgar certas informações

Normalmente, os americanos envolvidos na vigilância de estrangeiros têm seus nomes mantidos sob sigilo. Diante disso, os deputados perguntaram a Rogers e Comey quem então teria autoridade para revelar a identidade dos indivíduos relacionados ao caso de Mike Flynn. Rogers disse que haviam 20 pessoas na NSA, incluindo ele mesmo, que poderiam fazê-lo. Os dois questionados confirmaram que diretores de outras agências, como o Departamento de Justiça e a CIA, teriam permissão para pedir que o nome de alguém fosse revelado. Mas Comey explicou que a Casa Branca pode apenas fazer esse pedido à agência que conseguir a informação.

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7 - Comey desviou de algumas críticas

Comey não foi questionado diretamente, mas em sua declaração inicial desviou de uma queixa dos democratas - de que teria falado livremente de uma investigação sobre Hillary Clinton, mas não sobre a campanha de Trump durante as eleições. O diretor explicou que os casos eram diferentes. "Alguns podem querer fazer comparações com casos passados, mas por favor, tenham em mente que aqueles outros envolviam detalhes de investigações que já haviam sido concluídas", disse.

8 - O Comitê Nacional Democrata havia sido alertado sobre possíveis invasões

O FBI havia alertado o Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) antes de serem vítimas de um ataque cibernético que divulgou e-mails embaraçosos às vésperas da Convenção Nacional do partido. Comey afirmou que a agência notificou o DNC em agosto de 2015, quase um ano antes da invasão. Ele também confirmou que, após o ocorrido, o Comitê não deixou o FBI ter acesso aos sistemas de computador e redes do local para iniciar investigações que apoiassem a tese de que hackers russos seriam os responsáveis pelo ato.

9 - Votos não foram alterados

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Rogers e Comey garantiram que, mesmo apesar do que diz a opinião pública, nenhum voto foi comprometido nas eleições.

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