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ANÁLISE: O vale tudo de uma campanha eleitoral antecipada na Venezuela

*Andrew Cawthorne, Reuters

Por Luciana Fadon Vicente
Atualização:

Um estranho que desembarque na Venezuela hoje seria perdoado se pensasse que as eleições presidenciais ocorrerão em poucos dias e não em um ano. Em luta contra um câncer, o presidente Hugo Chávez e seus aliados falam diariamente sobre a "Missão 7 de Outubro" - a candidatura do líder socialista para um novo mandato de seis anos.

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A coalizão de oposição também está mobilizada, divulgando a mensagem de união e mudança, além da crença genuína de que pode, finalmente, destronar Chávez e dar fim aos seus 13 anos à frente do único membro sul-americano da Opep. A antecipação reflete a convicção de que tudo está em jogo e qualquer vantagem alcançada agora pode ser decisiva quando as urnas forem abertas.

"Ninguém pode realmente prever o resultado dessa eleição", afirmou um diplomata estrangeiro em Caracas. "Em circunstâncias normais, poderíamos pensar que Chávez tem a vantagem. Mas há um fator-chave que é seu câncer e a oposição parece buscar uma atuação conjunta, unindo-se contra ele."

Pesquisas indicam que Chávez ganharia de forma apertada se a eleição ocorresse amanhã. Mas a oposição espera impulsionar sua candidatura quando oficializar seu candidato único, nas prévias de fevereiro. Em favor da oposição, nessa que provavelmente será a mais fascinante eleição desde que Chávez assumiu o poder, em 1999, está a crescente insatisfação dos venezuelanos em relação aos serviços públicos. Cortes de energia são comuns e há um crescente déficit habitacional.

A grande incógnita é o impacto do tratamento de câncer de Chávez. Ninguém do restrito círculo de confidentes sabe sua real condição, muito menos como isso pode interferir na campanha. Até agora, a doença deu a Chávez a simpatia do eleitor e poderia ajudar mais se ele for visto, no período da votação, como exemplo de superação heroica da adversidade. Qualquer que seja o cenário, muitos na Venezuela já fazem planos para um período de turbulência no final de 2012.

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