Um desertor norte-coreano que vive na Coreia do Sul disse nesta quarta-feira, 8, que lançou balões contendo milhares de cópias em DVD do filme A Entrevista para a Coreia do Norte, apesar de protestos do país e ameaças de morte via e-mail.
A Coreia do Norte denunciou a comédia hollywoodiana, uma ficção sobre um plano para assassinar o líder do país, Kim Jong-Un, como ato de guerra e ameaçou retaliação caso o filme fosse lançado.
Lee Min-bok, desertor que deixou o Norte há 20 anos, disse que enviou cópias do filme em DVD, notas de dólar e folhetos contra o regime norte-coreano em bolsas amarradas a balões de hélio em quatro ocasiões, sendo a mais recente no sábado.
O envio de panfletos irritou Pyongyang, que nos últimos meses ameaçou sabotar as negociações entre as duas Coreias. Autoridades sul-coreanas pediram que ativistas evitassem lançar panfletos, mas disseram que não possuem bases legais para impedi-los.
Lee disse que recebeu um e-mail rastreado até um endereço em Shenyang, na China, que o alertava que sua cabeça seria "esmagada pela clava de ferro da justiça" e seus braços "arrancados em pedaços pela adaga do julgamento" caso continuasse os envios. "Vou continuar enviando balões apesar de qualquer coisa", disse Lee à Reuters. O e-mail estava sendo investigado por autoridades sul-coreanas, disse o desertor.
Redes de computadores da Sony Pictures, produtora do filme "A Entrevista", foram atacada por hackers no ano passado, em um ato que resultou em vazamento de filmes, dados de funcionários e e-mails internos. Os Estados Unidos disseram que o ataque foi realizado pela Coreia do Norte - acusação que Pyongyang nega.