Segunda maior cidade da Líbia, com 1 milhão de habitantes (Trípoli tem 2 milhões e o país todo, 6 milhões, dos quais 2 milhões de estrangeiros), Benghazi vive clima de euforia. A "Tahrir Square" dos líbios é a Praça dos Mártires, entre a Corte de Justiça e a praia do Mediterrâneo. Cerca de 2 mil pessoas exigem a saída de Kadafi. Carros passam buzinando.
O símbolo desta "revolução" é a bandeira vermelha, preta e verde, com um crescente e uma estrela brancos na faixa preta. É a bandeira da independência de 1951, que Kadafi trocou por sua bandeira verde condenando-a a antiga por ser da monarquia. Os cartazes chamam Kadafi de cachorro e de sionista - as duas maiores ofensas no mundo árabe.
O humor de Hussein Zaery, de 27 anos, que participou do assalto ao quartel-general das forças especiais de Kadafi em Benghazi, oscila. Ele canta um hino de desafio ao ditador, com o dedo em V: "Que venham os túmulos, que venham os aviões de guerra. Não temos medo." Em seguida chora, contando que 500 jovens morreram na batalha de 4 dias e 4 noites.