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Catalunha: o que se sabe sobre a organização do plebiscito

As autoridades catalãs estão determinadas a organizar no domingo um plebiscito de autodeterminação da região, que o governo espanhol faz de tudo para impedir

Por Redação Internacional
Atualização:

As cédulas

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A Guarda Civil espanhola, que multiplica as operações de busca e apreensão, confiscou cerca de 10 milhões de cédulas de voto, aparentemente desferindo um sério golpe à organização. Por isso, o encarregado das Relações Exteriores da região, Raul Romeva, declarou que poderiam imprimir novas cédulas. "Podemos garantir que tudo o que faz falta para poder votar existe. As cédulas podem ser voltar a ser impressas tantas vezes quanto o necessário, o censo já temos, as urnas estão lá, as seções de votação também".

As urnasAs forças de ordem ainda não as encontraram. Segundo o jornal El Mundo, a Polícia suspeita que tenham sido distribuídas por fábricas de pão e uma grande cadeia de supermercados em seus caminhões, e já estariam nos municípios. Das 948 prefeituras catalãs, 712 (entre elas 5 das 10 cidades mais povoadas da região), anunciaram que participarão da votação ou irão se manter neutras, como Barcelona, Terrassa, Badalona, Sabadell e Reus. Os grandes centros que participam representam 2,3 milhões de habitantes dos 7,5 milhões da Catalunha.

Os centros de votação A lista de centros não foi publicada. A Procuradoria ordenou na terça-feira que a Polícia regional, os Mossos d'Esquadra, identifique os centros de votação e seus responsáveis, os isole e coloque sob vigilância a partir de sexta-feira até a noite de domingo, e evite que votem a 100 metros do local.  Os Mossos disseram que respeitarão a diretriz com a condição de não gerar um risco importante de perturbação da ordem pública.

Listas eleitorais As listas eleitorais deveriam ser transparentes e públicas, mas não foram divulgadas. A lei eleitoral, adotada pela maioria separatista do Parlamento regional em 6 de setembro, mas suspensa pelo Tribunal Constitucional, detalha que os eleitores são 5,5 milhões, "residentes na Catalunha ou no exterior".

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Convocação dos eleitores Para saber onde devem votar, os eleitores têm de consultar sites onde colocam o número de seu documento de identidade. Essas páginas da internet mudam regularmente porque a Justiça as fecha. Na noite de terça-feira, cerca de 60 foram fechadas. O vice-presidente catalão, Oriol Junqueras, anunciou o lançamento de um canal no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram para encontrar os locais de votação.

A comissão eleitoral Essa comissão de cinco membros e seus delegados provinciais renunciou para evitar multas diárias de entre EUR 6 mil e EUR 12 mil impostas pelo Tribunal Constitucional. O Executivo catalão poderia nomeá-lo no último minuto para reduzir o montante das multas.Segundo a Comissão de Veneza, um órgão do Conselho da Europa especializado na democracia por meio do direito, um referendo deve ser organizado por um "órgão imparcial". Mas a comissão eleitoral foi designada pelo governo separatista e seus membros tinham laços com os independentistas.

Contagem dos votos De acordo com o El Mundo, a Polícia busca a central de informação que deve recolher os resultados da contagem de votos, que estaria nos arredores de Barcelona.

Segurança A segurança é uma das questões que mais preocupa moradores e autoridades. Os Mossos consideram que é "mais provável" que o fato de isolar as seções eleitorais provoque "perturbações da ordem pública". As autoridades catalãs apelam constantemente à calma e ao civismo. Mas para prevenir qualquer eventualidade, o governo espanhol enviou para a região dois terços de seus agentes antidistúrbios e mais de 10 mil agentes das forças de ordem, fora os 16 mil 'mossos'. / AFP

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