A crise econômica e política na Venezuela já dura quatro anos. Veja os principais momentos de tensão, que coincidem com a gestão do presidente Nicolás Maduro.
Abril de 2013
Maduro eleito
Ainda enlutada pela morte de Chávez, a Venezuela vai às urnas em abril para uma nova eleição. Maduro vence Capriles por uma pequena margem e protestos da oposição se seguem à vitória chavista.
Dezembro de 2013
Eleição Municipal
Após sete meses de governo, venezuelanos votam em eleições municipais, tidas pela oposição como um "referendo" sobre Maduro. O chavismo sai vencedor.
Janeiro de 2014
La Salida
Semanas depois da derrota nas urnas, uma parte da oposição, liderada por Leopoldo López, Antonio Ledezma e Maria Corina Machado sai às ruas. Os protestos se tornam violentos e mais de 40 pessoas morrem.
Fevereiro de 2014
Prisões de opositores
Após protestos, o chavismo prende López e Ledezma e cassa o mandato de Maria Corina. Tentativa de diálogo entre o chavismo e a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) intermediada pela Unasul e o Vaticano fracassa.
Julho de 2014
Agravamento da crise
Em meio ao caos político, a situação econômica se deteriora. Com as divisas em dólar em baixa, Maduro estrangula a concessão de moeda forte para o setor privado, o que provoca inflação e escassez de produtos básicos. A crise do petróleo amplifica o cenário.
Dezembro de 2015
Derrota chavista
Em meio à crise, MUD conquista a primeira vitória nas urnas desde que foi criada, em 2010, conquistando a maioria qualificada no Parlamento.
Janeiro de 2016
Nomeações do TSJ
Pouco após a derrota, a legislatura ainda controlada pelo chavismo troca os juízes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para mantê-lo composto por aliados do governo. Após a posse dos novos deputados, os novos juízes anulam todas as leis aprovadas pela oposição.
Setembro de 2016
Eleições suspensas
Temendo nova derrota, o chavismo suspende as eleições regionais previstas para o fim do ano, o que provoca descontentamento da oposição. Uma nova rodada de negociações para o fim da crise política não obtém resultado.
Dezembro de 2016
Suspensão
Venezuela é suspensa do Mercosul por descumprir as obrigações comerciais com as quais se comprometeu quando se incorporou ao bloco, em 2012.
Março de 2017
Autogolpe
TSJ retira as competências da Assembleia e as toma para si. Dias depois, desiste da sentença, com pressões internas e externas. Oposição vai às ruas pedir a destituição dos juízes, a autonomia do Parlamento e eleições gerais.
Abril de 2017
Confrontos
Opositores invadem as ruas quase diariamente para pedir, entre vários pontos, a renúncia de Maduro e a realização de eleições. Líder opositor Henrique Capriles é afastado da política por 15 anos.
Julho de 2017
Constituinte
Número de mortos nos protestos contra Maduro sobe para 100. Votação da Assembleia Constituinte é realizada, mas tem pouca participação e sofre acusações de fraude quanto aos números de participantes que compareceram às urnas. Diversos países rejeitam o resultado da eleição e prometem sanções a Caracas.
Agosto de 2017
Prisões
Os líderes opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, prefeito de Caracas - que estavam em prisão domiciliar -, são detidos e levados por agentes do Serviço de Inteligência (Sebin) da Venezuela para a prisão militar de Ramo Verde. Eles são acusados de planejar fuga e dar diversas declarações de teor político com o objetivo de desestabilizar o governo. Três dias depois, Ledezma é solto. Após diversos adiamentos, Maduro instala a Assembleia Constituinte em meio a protestos da oposição.