PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog da Internacional do Estadão

Em sua primeira edição alemã, 'Charlie Hebdo' debocha de Merkel

Semanário também teve como alvo outro símbolo do poder alemão no pós-guerra, a Volkswagen, que é a maior montadora de veículos da Europa

Por Redação Internacional
Atualização:

BERLIM - A primeira edição alemã do semanário satírico Charlie Hebdo chegou às bancas nesta quinta-feira, 1º, com uma primeira página que debocha da chanceler Angela Merkel, quase dois anos depois de militantes islâmicos terem atacado a redação da publicação Paris e matado seus principais profissionais.

O semanário também teve como alvo outro símbolo do poder alemão no pós-guerra, a Volkswagen, que é a maior montadora de veículos da Europa, que ainda luta para se recuperar de um escândalo de emissão de poluentes.

As primeiras edições da versão alemã do Charlie Hebdo. Foto:  John MacDougall/AFP

PUBLICIDADE

"A VW apoia Merkel", diz a manchete, com uma imagem de um mecânico da empresa "consertando" a líder de 62 anos em um elevador automotivo e dizendo: "Um novo escapamento e você dura mais quatro anos".

No mês passado, Merkel anunciou que concorrerá a um quarto mandato nas eleições do ano que vem.

Pôsteres de lançamento do semanário mostraram Merkel sentada no banheiro lendo a revista com a legenda: "Charlie Hebdo. É um alívio".

Publicidade

A revista, conhecida na França por ironizar políticos e líderes religiosos, se tornou um ícone da liberdade de expressão depois que dois militantes invadiram uma reunião de pauta da redação parisiense em janeiro de 2015 e mataram 12 pessoas.

Os islâmicos acusaram a publicação de blasfêmia por publicar charges do profeta Maomé. Alguns consumidores alemães disseram que estão comprando o semanário como gesto de solidariedade.

Uma tiragem inicial de 200 mil exemplares será impressa na Alemanha - o dobro da circulação da revista satírica mais conhecida do país na atualidade, a Titanic. Parte de seu conteúdo será original e parte será traduzido do francês.

Os limites da sátira foram testados neste ano quando o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, processou o comediante alemão Jan Boehmermann por ler um poema satírico insinuando que o líder turco assiste pornografia infantil e pratica atos bestiais. / REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.