RABAT - O governo do Marrocos não permitirá que crianças sejam batizadas com nomes como "Saddam Hussein" ou "Osama bin Laden", ou outros que "atentem contra a moral e a ordem pública", afirmou o ministro do Interior, Mohammed Hasad.
Na segunda-feira 28, o ministro fez uma exposição dos princípios que regem as questões onomásticas no estado civil, em resposta a uma pergunta parlamentar feita pelo grupo socialista da Câmara, segundo publicou nesta quarta-feira, 30, o jornal "Asabah".
Para o ministro, dar "liberdade absoluta" aos cidadãos para nomear seus filhos poderia causar "perturbações no entorno familiar e social". Ele deu como exemplo acontecimentos no mundo que podem produzir um entusiasmo e levar os pais a escolher nomes com conteúdo político ou extremista. "O entusiasmo desaparece com o tempo, mas o nome fica", afirmou o ministro.
Outras regras. Hasad justificou a recusa dos funcionários de aceitar nomes berberes porque apesar de terem um significado no dialeto de uma região, em outras regiões têm conotações animais ou sexuais.
A dificuldade na hora de escolher nomes próprios berberes é uma das queixas mais frequentes do movimento berbere no Marrocos, junto com os problemas para usar sua língua nas instituições públicas.
Por último, Hasad disse que tentará restringir ao máximo o uso de "Sidi", "Moulay", "Cherifa" e "Lala", que costumam ser usados por famílias que pretendem ser merecedoras de um título de nobreza ou de dignidade religiosa. /EFE