O incêndio que destruiu um edifício residencial de 24 andares em Londres, na madrugada desta quarta-feira, matou ao menos doze pessoas e fez 78 feridos - 18 gravemente - além de vários desaparecidos.
Veja o que se sabe sobre a catástrofe:
Os fatos:
- Os bombeiros foram alertados às 00h54 (20h54 de terça-feira no horário de Brasília) de um incêndio em um edifício residencial no bairro de Kensington, oeste de Londres, e chegaram ao local seis minutos depois.
- Mais de 40 caminhões e 200 bombeiros foram mobilizados para extinguir as chamas, que se espalharam muito rapidamente e destruíram o edifício a partir do segundo andar até o último piso.
- Os bombeiros chegaram "até o 20º andar" e "conseguiram evacuar muitos moradores", indicou Dany Cotton, chefe dos bombeiros de Londres.
- "Em 29 anos de carreira, nunca tinha visto nada dessa magnitude", declarou, afirmando que as causas do incêndio ainda não foram estabelecidas.
- Vinte ambulâncias foram enviadas para levar os feridos para seis hospitais de Londres.
- Um cordão de segurança em torno do edifício foi estabelecido e cerca de 30 apartamentos vizinhos foram evacuados.
- Equipes especializadas excluíram o risco de desmoronamento do prédio.
As vítimas:
- A polícia de Londres declarou que o incêndio causou pelo menos 12 mortos e 74 feridos, vinte dos quais estão em estado crítico.
- "O balanço de vítimas pode aumentar durante a operação de busca, que se anuncia complexa" e poderia durar vários dias, declarou Stuart Cundy, comandante da Polícia Metropolitana.
- "Há muitas pessoas desaparecidas", afirmou por sua vez o prefeito de Londres, Sadiq Khan.
- As associações locais Rugby Portobello Trust e Harrow Centre, bem como algumas igrejas, mobilizaram-se para abrigar as vítimas do desastre, enquanto os clubes de futebol Fulham e Queens Park Rangers ofereceram apoio material e financeiro.
O edifício:
- O edifício, batizado Grenfell Tower, foi construído em 1974. Está localizado no bairro de North Kensington, oeste da capital. Tem 120 apartamento divididos em 24 andares. A torre estava quase completamente calcinada nesta quarta-feira de manhã após ter sido engolida pelas chamas.
- O edifício é propriedade da Municipalidade Royal de Kensington e Chelsea. É administrado pela Kensington and Chelsea Tenant Management Organisation, estrutura que administra o parque de habitações populares para a municipalidade do bairro londrino.
- Uma reforma, no valor de 8,6 milhões de libras (12 milhões de dólares), terminou em maio de 2016. A empresa Rydon, encarregada da obra, assegurou que a reforma "respondeu a todas as exigências em questão de normas de incêndio, de segurança e de construção".
- Contudo, no blog grenfellactiongroup.wordpress.com, um coletivo de moradores destaca há anos as carências do sistema de informação e de proteção aos moradores do edifício em caso de incêndio.
- Em novembro de 2016, um texto aponta que "apenas uma catástrofe pode demonstrar a incompetência do proprietário e acabar com as negligências observadas no que se referente às regras de segurança".
"Se fizeram de surdos diante de todas as advertências, quando um desastre como este era inevitável", declarou o grupo após o drama.
- David Collins, ex-presidente da associação de moradores do edifício disse à AFP que estava chocado, mas não surpreso com a magnitude do incêndio.
- "Tínhamos inúmeras preocupações. Sobre a localização dos sistemas de aquecimento, sobre as saídas de emergência e a possibilidade de entrar e sair do edifício, ou sobre a iluminação... Eu mesmo ouvi que os alarmes de incêndio não eram mais ativados", declarou.
- Gavin Barwell, ex-ministro da Habitação e atual chefe de gabinete da primeira-ministra Theresa May, havia anunciado a revisão das medidas de segurança em edifícios após um incêndio anterior em Londres, em 2009. Desde então, nenhuma avaliação foi publicada.