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Para entender: A eleição presidencial no Haiti

Crise política no país agrava situação eleitoral e segundo turno da votação é incerto

Por Redação Internacional
Atualização:

A realização do segundo turno da eleição presidencial haitiana no dia 24 ainda é incerta. O candidato opositor Jude Celestín oficializou na segunda-feira 18 sua retirada das eleições.

 

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Segundo a lei eleitoral, o candidato renunciante seria substituído pelo terceiro mais votado no primeiro turno, realizado em 25 de outubro do ano passado, mas Moise Jean Charles também não tem intenção de concorrer, por isso a eleição não pode continuar com apenas um candidato - neste caso o governista Jovenel Moise - e pode ser adiada novamente.

Inicialmente, a eleição presidencial deveria ter ocorrido no dia 27 de dezembro, mas a votação foi adiada em duas ocasiões.

Os candidatos opositores alegam que houve fraude no primeiro turno da eleição. As eleições e as transferências de poder no Haiti são há muito tempo assoladas pela instabilidade, e observadores internacionais disseram que a votação de outubro deste ano foi relativamente calma. No entanto, vários dos 54 candidatos alegaram fraude a favor de Moise.

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Celestin, um engenheiro formado na Suíça de 53 anos, ficou em segundo lugar no primeiro turno, derrotado pelo governista exportador de bananas Jovenel Moise, de 47 anos.

O presidente do Haiti, Michel Martelly, insiste que o segundo turno não será adiado, mas essa possibilidade vem aumentando a menos de cinco dias da votação.

Além disso, o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) trabalha atualmente com cinco de seus nove membros depois da renúncia de três deles e a suspensão de outro por supostamente aceitar um suborno portanto fica desabilitada para assinar os resultados das eleições pois por decreto eleitoral, o CEP deve ter operacionais dois terços de seus membros para dar validade aos resultados.

O Senado deve aprovar uma resolução na qual solicita o adiamento da eleição, uma análise para a criação de uma nova comissão de verificação e a renúncia dos membros do CEP.

Manifestações em Porto Príncipe - Foto: Bahare Khodabande/Efe

A crise política: Em 2011, deveriam ter ocorrido no Haiti as eleições legislativas e municipais, mas elas foram adiadas diversas vezes em razão da crise política. Em dezembro de 2014, diversas manifestações pediam a renúncia de Martelly e do então primeiro-ministro, Laurent Lamothe - que apresentou sua renúncia após orientação de uma comissão consultiva formada pelo presidente justamente para apresentar medidas que resolvessem o impasse político.

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Em janeiro de 2015, a crise política se agravou com o presidente Martelly governando o país por decretos após a dissolução do Parlamento. A eleição presidencial deste ano era vista como a esperança de um novo começo e o fim de crises políticas no país, mas a situação de violência deteriorou o clima eleitoral desde o início desta semana.

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