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Para Entender: Ameaça nuclear da Coreia do Norte levanta dúvidas

Apesar dos rápidos progressos de Pyongyang no campo da tecnologia bélica, especialistas consideram que ainda há obstáculos a superar para que país represente perigo para EUA e outras nações

Por Redação Internacional
Atualização:

Os Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte desenvolveu uma arma nuclear suficientemente compacta para ser transportada por um míssil balístico, convertendo-se em uma ameaça real, revelou o Washington Post na terça-feira, citando um relatório de inteligência.

Mas apesar dos rápidos progressos de Pyongyang no campo da tecnologia bélica, especialistas consideram que ainda há obstáculos a superar para que a Coreia do Norte represente uma ameaça nuclear aos americanos.

Milhares de norte-coreanos participam em praça de Pyongyang de ato para rejeitar as sanções das Nações Unidas ao país (AP Photo/Jon Chol Jin) Foto: Estadão

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- Qual é a capacidade nuclear da Coreia do Norte?

A Coreia do Norte realizou cinco testes com bombas nucleares. O último, em 9 de setembro de 2016, utilizou um artefato do tamanho da bomba que os Estados Unidos lançaram sobre Nagasaki em 1945. Pyongyang declarou que iria compactar e padronizar o dispositivo para seu uso em mísseis balísticos.

Este ano o regime de Kim Jong-un provou ter a capacidade de lançar um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) em dois testes, o mais recente no dia 28 de julho, e exibiu um vetor com alcance teórico de 10 mil quilômetros, com capacidade para atingir grande parte dos Estados Unidos e Europa, incluindo Nova York e Paris.

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- O arsenal nuclear norte-coreano supõe uma ameaça imediata?

Além dos mísseis com tecnologia para atingir alvos determinados, Pyongyang precisa garantir que suas bombas, transportadas por ICBMs, sobrevivam a um reingresso da alta atmosfera a uma velocidade de 25.800 quilômetros por hora.

É possível que suas ogivas nucleares sejam suficientemente robustas para resistir a velocidades mais lentas de um míssil de alcance menor, com capacidade para atingir o Japão, mas isto é pouco provável com um ICBM, segundo especialistas.

Michael Elleman, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), avalia que o veículo de reingresso no teste de 28 de julho provavelmente se desintegrou. Siegfried Hecker, especialista nuclear da Universidade de Stanford, estima que serão necessários mais cinco anos para a Coreia do Norte ter um veículo de reingresso suficientemente forte.

- Que outros obstáculos técnicos enfrenta Pyongyang?

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O programa nuclear de Pyongyang está muito limitado pelo pequeno volume de urânio e plutônio, especialmente plutônio, preferível para uma ogiva de ICBM, explicou Hecker, que visitou a Coreia do Norte várias vezes para inspecionar as atividades atômicas.

Segundo Hecker, os estoques de urânio e plutônio combinados são suficientes para apenas 20 a 25 armas nucleares. Mas segundo o relatório citado pelo 'Washington Post', Pyongyang já tem 60 armas nucleares em seu arsenal. / AFP

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