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Para lembrar: Em 1972, Munique foi palco de ataque em plena Olimpíada

O grupo terrorista Setembro Negro, uma dissidência da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), invadiu o alojamento da delegação israelense e iniciou um dos episódios mais dramáticos da história contemporânea do esporte

Por Redação Internacional
Atualização:

A cidade de Munique ainda traz na memória os momentos de horror de 1972. Naquele ano, a cidade recebia os Jogos Olímpicos - os primeiros no país pós-2ª Guerra. Na madrugada do dia 5 de setembro, oito jovens palestinos membros do grupo terrorista Setembro Negro, uma dissidência da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), tinham invadido o alojamento da delegação israelense e iniciado um dos episódios mais dramáticos da história contemporânea do esporte.

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O clima na cidade era de festa e a restrição de segurança, baixa. Por esse motivo, o grupo não teve dificuldades em entrar no local, usando uniformes da delegação israelense e carregando nas mochilas granadas e Kalashnikovs. Eles entraram no alojamento masculino, mataram dois dos atletas e fizeram os demais reféns.

Foram longas horas de negociação entre os sequestradores e as autoridades. O Setembro Negro exigia a libertação de 234 árabes presos em Israel. Se o pedido não fosse atendido até às 9h da manhã daquele dia, os reféns seriam mortos. Depois de um dia inteiro de negociação sem resultado, os sequestradores exigiram então helicópteros e um avião para fugir para o Egito.

Em uma desastrosa operação alemã, franco-atiradores dispararam contra os sequestradores enquanto eles inspecionavam o avião que embarcariam em uma base da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Começou uma troca de tiros e um dos sequestradores arremessou uma granada contra um dos helicópteros, enquanto outro disparou contra a segunda aeronave. Todos os nove reféns morreram.

O grupo Setembro Negro foi criado para vingar a expulsão dos palestinos da Jordânia em 1970. Em 2006, o mentor do ataque, o palestino Mohammed Oudeh, afirmou que o grupo não tinha a intenção de matar os atletas, mas barganhar a soltura dos presos árabes e tornar conhecida a causa palestina.

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Os integrantes que realizaram o sequestro eram nascidos ou viviam em países como Síria, Líbano e Jordânia. Os sequestradores que sobreviveram foram presos em Munique. No mês seguinte, após o sequestro de um avião da Lufthansa, a soltura dos três foi negociada com a Alemanha e eles se refugiaram na Líbia.

 

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