PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog da Internacional do Estadão

Relembre os casos de países que caíram na moratória

Da Grécia em 2015 ao México em 1982, outros países já deram calote no pagamento de suas dívidas externas ou de seus juros

Por Redação Internacional
Atualização:

Declarada em default parcial de sua dívida pela agência de classificação de risco financeira Standard & Poors, a Venezuela pode se unir a uma longa lista de países que caíram na moratória. A seguir, os casos de maior destaque:

PUBLICIDADE

o Grécia, 2015 A Grécia se tornou o primeiro país desenvolvido a entrar em moratória com o Fundo Monetário Internacional (FMI), à meia-noite de 30 de junho de 2015, ao não cumprir um pagamento de EUR 1,5 bilhão com o organismo.

Venezuela tem dinheiro só para pagar dívidas

Duas semanas depois, deu calote em um segundo pagamento, de EUR 456 milhões, também ao FMI. Um empréstimo de urgência da União Europeia permitiu a Atenas pagar rapidamente o organismo e continuar recebendo ajuda financeira da instituição.

Publicidade

Em agosto de 2015, a Grécia - cuja dívida rondava 180% de seu PIB - e seus credores alcançaram um acordo para que o país recebesse um terceiro resgate, de EUR 86 bilhões em três anos, afastando o risco de cessação de pagamentos que teria ameaçado a união da zona do euro.

o Equador, 2008 Em 12 de dezembro de 2008, o Equador suspendeu o pagamento de quase 40% de sua dívida internacional, que então somava US$ 9,9 bilhões, equivalentes a 19% do PIB do país.

O então presidente, Rafael Correa, economista eleito em 2006, declarou moratória seletiva. Correa considerava que uma parte da dívida era ilegítima, devido às irregularidades durante a negociação, no começo dos anos 2000. Era a terceira vez que o Equador entrava em default da dívida em 14 anos.

o Argentina, 2001 Em 23 de dezembro de 2001, a Argentina declarou a maior moratória da dívida na história: US$ 100 bilhões de dólares. A interrupção de pagamentos aconteceu em meio à maior crise socioeconômica e institucional do país e funcionou como um rastilho de pólvora nos principais centros financeiros internacionais.

O país, que vivia em recessão há três anos, estava sujeito a um rigoroso regime de austeridade e tinha perdido o controle de sua dívida.

Publicidade

No início de dezembro, temendo o colapso de sua economia, limitou o montante dos saques nos bancos. A repressão às revoltas deixou cerca de 30 mortos e forçou a renúncia do presidente Fernando de la Rúa.

PUBLICIDADE

Após declarar a moratória, nos anos seguintes o governo realizou vários planos de reestruturação e, após as ofertas de 2005 e de 2010, a maior parte dos credores aceitou uma troca da dívida.

Contudo, uma minoria dos credores, chamada de "fundos abutres", foi à Justiça exigir o pagamento integral. Após a chegada de Mauricio Macri ao poder, no começo de 2016, o país chegou a um acordo com os últimos donos de bônus e pôde voltar aos mercados internacionais depois de 15 anos.

o Rússia, 1998 Em agosto de 1998, o governo russo declarou uma moratória de 90 dias sobre sua dívida externa, anunciando uma desvalorização da moeda e da dívida nacional.

A dívida externa atingiu US$ 141 bilhões, de acordo com as estimativas da agência de crédito Fitch.

Publicidade

O país foi afetado pela crise asiática, e a moeda local, o rublo, caiu com a pressão de especuladores, após a queda dos preços do petróleo, base das exportações russas. A Rússia levou 12 anos para poder voltar aos mercados internacionais.

o México, 1982 Em agosto de 1982, os mercados financeiros e mil credores receberam um telex, informando que o México não poderia mais honrar sua dívida.

A dívida chegava a US$ 86 bilhões e os juros a US$ 21 bilhões. Eleito em 1976, o presidente José López Portillo tinha acumulado dívidas e gastado sem levar em conta as receitas do petróleo. O desequilíbrio piorou em 1981 com a queda no preço da commodity.

Depois que o país caiu na moratória, os EUA lhe deram um empréstimo de emergência de bilhões de dólares, e o FMI ofereceu assistência financeira em troca de drásticas reformas estruturais.

O FMI voltou a resgatar o México com uma ajuda de US$ 17,8 bilhões em 1995, como parte de um pacote internacional total de US$ 50 bilhões. / AFP

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.