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Saiba quais países apoiam ou condenam o bombardeio dos EUA na Síria

Arábia Saudita, Turquia, Rússia, China, entre outros, reagiram ao ataque americano; entenda seus posicionamentos e interesses no conflito

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Por Redação Internacional
Atualização:

Veja como vários países reagiram depois de o presidente americano, Donald Trump, autorizar o bombardeio de uma base aérea em território sírio - ação que deixou ao menos nove civis mortos - como uma resposta ao ataque químico contra civis atribuído a Damasco:

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Apoiam o bombardeio

- Arábia Saudita

O chanceler saudita expressou seu "apoio total a operação dos militares americanos contra alvos na Síria", de acordo com nota divulgada pela agência estatal de notícias. Uma fonte no ministério de Relações Exteriores destacou a "corajosa decisão do presidente dos EUA, que representa uma resposta aos crimes cometidos pelo regime contra seu próprio povo".

Envolvimento na guerra: A Arábia Saudita é um dos principais apoiadores do grupos insurgentes que combatem o governo de Bashar Assad e o Estado Islâmico. Também é um dos países que participam da coalizão aérea liderada pelos EUA

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Imagem divulgada pela Rússia mostra base aérea síria de Shayrat pouco depois de ser bombardeada pelos EUA (Russian Defense Ministry Press Service Photo via AP) 

Solução desejada: Riad apoia iniciativas que contemplem a saída de Assad do poder, uma posição que não dá muita margem para negociações

 

- Jordânia

O porta-voz do governo, Mohamed Momani, disse que a Jordânia considerou o bombardeio uma "resposta necessária e apropriada ao incessante ataque contra civis sírios" com armas de destruição em massa. Momani chamou o ataque químico na Província de Idlib, atribuído a Assad, um "ato desumano e hediondo". Ele reiterou o apoio do país a todas as iniciativas internacionais para prevenir o uso futuro de armas químicas na Síria

Envolvimento na guerra: A Jordânia é parte da coalizão aérea que combate o EI e recebeu centenas de milhares de refugiados da Síria. O fluxo de pessoas já mudou a composição étnica do país, que compartilha 375 quilômetros de fronteira com a Síria

Solução desejada: O rei da Jordânia, Abdullah II, em entrevista ao lado de Donald Trum na quarta-feira, pediu "uma solução polític que encerre o conflito no país e oreserve a unidade e integridade territorial da Síria".

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- Turquia

"Nós recebemos bem a operação americana", disse o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusogulu. Para a Turquia, os bombardeios são "uma reposta positiva aos crimes de guerra do regime de Assad". Em nota, um porta-voz do presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que "a destruçião da base aérea de Shayrat marca um passo importante para garantir que armas químicas e ataques convencionais contra civis não fiquem impunes".

Envolvimento na guerra: O país tem uma longa fronteira com a Síria. Milhares de combatentes estrangeiros chegaram até a Síria pela Turquia que, por outro lado, recebeu milhares de refugiados. O país se opõe de forma ferrenha ao governo de Bashar Assad, oferecendo apoio a parte dos rebeldes que lutam contra ele.

Solução desejada: A Turquia quer que Assad deixe o poder, espera remover o Estado Islâmico do país e acabar com anos de desestabilização em sua fronteira ao sul. Ao mesmo tempo, o país deseja que os curdos parem de tentar fundar seu próprio Estado em meio ao caos no país.

Contrários ao ataque

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- Rússia

Para presidente russo, Vladimir Putin, o bombardeio americano foi "uma agressão contra um Estado soberano em violação com as leis internacionais", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "Cooperação entre os militares de Rússia e EUA podem ser encerradas após o ataque", disse Viktor Ozerov, chefe da Comissão de Defesa no Senado russo.

Envolvimento na guerra: A Rússia é o mais poderoso aliado do governo sírio e fornece o poderio militar por trás da ofensiva de Assad no país. Moscou tem interesses militares e econômicos no país, onde tem uma base naval na cidade de Tartus. Ao longo dos anos, a diplomacia russa blindou Damasco das tentativas de punições e sanções da ONU.

Solução desejada: Putin já afirmou que no que depender dele Assad não deixara o comando da Síria. Em uma análise mais abrangente, alguns analistas acreditam que o líder russo esteja usando o colega sírio como uma oportunidade para mandar uma mensagem de que é uma força a ser considerada - que os EUA não podem ignorar.

 

- Irã O governo iraniano condenou a ação militar americana, informou um porta-voz da chancelaria do país. "Nós condenamos fortemente qualquer ação militar unilateral e o ataque militar na base aérea de Shayrat, na Síria, pelos EUA. Tais ações apenas fortalecem os terroristas e aumentam a complexidade no país e na região", disse Bahram Qasemi de acordo com a agência semi-estatal ISNA.

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Envolvimento na guerra: Teerã é um apoiador de longa data do regime de Assad, fornecendo dinheiro, armas e combatentes. O país atua em conjunto com a Rússia no apoio ao governo sírio. Sua principal motivação é conter os militantes sunitas.

Solução desejada: País de maioria xiita, o Irã não quer que a Síria seja controlada por Sunitas - especialmente porque os principais países do Oriente Médio que apoiam os rebeldes são o Catar e a Arábia Saudita. Teerã é contra uma solução militar e apoia as negociações de paz.

 

- China

A porta-voz da chancelaria chinesa disse que o país se opõe ao uso da força em assuntos internacionais ao comentar o bombardeio americano na Síria. Ela reiterou, porém, que o país também condena o uso de armas químicas. "A China sempre se opõe ao uso da força em questões internacionais e defende a solução de disputas pacificamente através do diálogo. Sempre defendemos que a questão síria deve ser resolvida de forma política."

Envolvimento na guerra: A relação da China com a Síria é heterogênea. Assim como Moscou, Pequim bloqueou repetidamente as tentativas de sanções contra Assad na ONU. O país também tem relações comerciais com Damasco.

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Solução desejada: A China defende que outros países não devem se envolver nas questões internas da Síria

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