Divergência sobre câmbio traz sombra à visita de Obama à China

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Os Estados Unidos e a China divergiram sobre taxas de câmbio em uma reunião de líderes da região Ásia-Pacífico no domingo, apontando para conversações difíceis à frente para o presidente Barack Obama na viagem à China para discutir tensões econômicas. O desacordo veio à tona na cúpula da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), em Cingapura, quando uma referência a "taxas de câmbio orientadas ao mercado" foi retirada de um comunicado divulgado ao término de dois dias de conversações. Um membro da delegação da Apec disse que Washington e Pequim não conseguiram chegar a um acordo sobre o texto em questão. A discordância destaca as tensões que provavelmente estarão presentes quando Obama estiver Xangai, ainda neste domingo, após iniciativas por parte de Washington para impor tarifas a vários produtos de fabricação chinesa e uma onda crescente de pressão exercida sobre Pequim para valorizar da moeda chinesa, o iuan. Obama prometeu no sábado aprofundar o diálogo com a China, e não buscar conter essa potência em ascensão, que no próximo ano deve ultrapassar o Japão, tornando-se a segunda maior economia do mundo. Em vários discursos que proferiu na reunião da Apec, o presidente chinês Hu Jintao ignorou a questão do iuan, preferindo focar o que descreveu como as restrições comerciais "não razoáveis" impostas aos países em desenvolvimento. Um esboço anterior do texto do encontro expressara o compromisso dos 21 membros do Apec em manter "taxas de câmbio orientadas ao mercado e que reflitam os fatores econômicos subjacentes". Tal declaração tinha sido acordada em reunião dos ministros de Finanças dos membros da Apec na quinta-feira, incluindo a China, embora não fizesse qualquer menção ao iuan. Um representante dos EUA procurou minimizar a falta de acordo em torno da remoção da referência às moedas e disse que as discussões de fato ocorreram entre assessores, não entre líderes. (Reportagem de Patricia Zengerle e Yoo Choonsik)

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