Entrega de vacinas contra H1N1 para Wall Street causa indignação

PUBLICIDADE

Por BILL BERKROT
Atualização:

Depois que a mídia divulgou reportagens indignadas, autoridades do setor de saúde de Nova York se enrolaram para explicar como banqueiros conseguiram, por meio de suas empresas, obter doses das escassas vacinas contra a gripe H1N1. Embora exista há muito tempo um acerto para que os empregadores ofereçam a vacina contra a gripe sazonal aos trabalhadores, o departamento de saúde da cidade foi bombardeado com chamadas e reportagens de TV sobre trabalhadores de Wall Street passando à frente de mulheres grávidas e crianças na imunização. "Já é ruim o suficiente que Wall Street tenha esmagado nossa economia", disse a secretária da União Internacional de Empregados do setor de serviço, Anna Burger, em um comunicado. "Mas colocar em risco intencionalmente a saúde de milhões de norte-americanos durante uma crise pública de saúde é algo que cruza todas as linhas da decência." A escassez de vacinas contra o H1N1 vem abalando os nervos de alguns e os departamentos de saúde pública no país dizem que não conseguirão atender a maior parte da demanda até dezembro e janeiro. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA estima que a gripe H1N1 tenha infectado mais de 5 milhões de pessoas e há registro de que mil morreram da doença. O governo federal, que está comprando as vacinas e as distribuindo gratuitamente para 62 departamentos de saúde dos Estados e de algumas cidades, disse que foram fabricadas e encaminhadas 35,6 milhões de doses desde o início da produção. Cerca de 160 milhões de pessoas estão nos grupos com prioridade para receber as doses em primeiro lugar: os trabalhadores no setor de saúde, grávidas, crianças e adultos com menos de 65 anos e problemas de saúde, os encarregados de cuidar de bebês ainda muito pequenos para serem vacinados e as pessoas com menos de 24 anos. A porta-voz do departamento de saúde da cidade de Nova York, Jessica Scaperotti, disse que a cidade entregou 800 mil doses para cerca de 1.100 responsáveis pela aplicação. O Lenox Hill Hospital, por exemplo, obteve 1.200 doses e o banco Goldman Sachs, 200 de um total de 5.300 que havia pedido, disse Scaperotti. (Reportagem de Bill Berkrot, Dan Wilchins e Maggie Fox)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.