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EUA mobilizam U$2,28 bi para situação 'urgente' de crianças imigrantes

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Por RICHARD COWAN
Atualização:

Em resposta ao que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou de "situação humanitária urgente", um conselho do Senado encaminhou nesta terça-feira uma legislação que aumenta significativamente os fundos para lidar com um aumento na entrada ilegal de crianças estrangeiras no país. A senadora democrata Barbara Mikulski, que chefia o Comitê de Atribuições do Senado, incluiu até 2,28 bilhões de dólares para o Departamento de Saúde e Serviços Humanitários para abrigar e alimentar os estimados 130 mil menores que devem chegar durante o ano fiscal, que começa em 1º de outubro. O montante é maior que os 868 milhões de dólares que o Congresso forneceu com urgência neste ano para lidar com as cerca de 60 mil crianças sem documentos que devem deixar Honduras, El Salvador, Guatemala e outros países rumo aos EUA sem seus pais ou outros parentes. Um assessor do Senado familiarizado com o tema disse à Reuters que os legisladores do comitê também planejam para o ano que vem um aumento “significativo” nos fundos para o Departamento de Segurança Interna, encarregado dos menores desacompanhados quando são detidos por agentes federais, na maioria das vezes na área do vale de Rio Grande, na fronteira do Texas com o México. Na segunda-feira, um funcionário de alto escalão disse a repórteres que outros 560 milhões de dólares serão requisitados para ajudar o departamento a lidar com o fluxo de crianças. O grande aumento no número de crianças que chegam ilegalmente da América Central – em 2011 foram cerca de 6 mil – criou pressões no Congresso sobre o orçamento, que tenta se manter dentro de um teto de gastos amplo para 2015. Este acréscimo também obriga as autoridades do governo a tentar encontrar maneiras de cuidar dos menores, que normalmente buscam se reunir a parentes que vivem nos EUA, e ao mesmo tempo desencorajar a chegada de mais crianças. Algumas delas serão enviadas de volta aos seus países nativos, enquanto outras se reunirão aos seus familiares ou serão encaminhadas para adoção, dependendo das suas razões para sair de casa. A grande quantidade de crianças recém-chegadas inflamou o que já era uma batalha bipartidária no Congresso a respeito de uma reforma na lei de imigração norte-americana. Alguns republicanos culpam Obama pelo surto de crianças sem documentos, dizendo que sua leniência ao aliviar algumas deportações levou aqueles que vivem na América Central a acreditar que existe uma política imigratória de portas abertas. Grupos imigrantes, entretanto, apontam que Obama realizou muito mais deportações do que o seu antecessor George W. Bush. Autoridades do governo argumentam que o aumento está relacionado à violência de cartéis de drogas e gangues nos países mencionados, e especialistas independentes também observam que a melhora na economia norte-americana atrai crianças que desejam fugir da pobreza e dos abusos domésticos nos seus países.

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